Ministro dos Negócios Estrangeiros admite que colocar o português como língua oficial das Nações Unidas ainda é objetivo e que "parte desse caminho está feito".
O ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, disse hoje que Portugal mantém o objetivo de colocar o português como língua oficial das Nações Unidas (ONU), admitindo que o caminho para lá chegar ainda é longo.
Augusto Santos Silva - Lusa
"A resposta é sim, devendo todos ter a consciência de que é preciso fazer um caminho, que é um caminho longo", respondeu Santos Silva, quando questionado sobre se o Governo mantinha o desígnio de ter o português como língua oficial das Nações Unidas.
O chefe da diplomacia portuguesa falava hoje durante uma conferência de imprensa para apresentar a programação das comemorações oficiais do Dia Mundial da Língua Portuguesa, instituído em 2019 pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), que este ano incluirá 150 atividades em 44 países.
Santos Silva adiantou que "parte desse caminho está feito" porque o português já é língua de trabalho em algumas organizações do sistema das Nações Unidas, dando como exemplo a própria UNESCO.
Para o percurso restante, o ministro dos Negócios Estrangeiros apontou a necessidade de prosseguir com a promoção global do valor da língua portuguesa, considerando "muito importante" que, ao trabalho do instituto Camões, "se some o trabalho de outros países que têm instituições congéneres no universo de língua portuguesa", nomeadamente a rede Brasil Cultural, e "o instrumento próprio da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa", o Instituto Internacional de Língua Portuguesa (ILLP).
"Esse trabalho permite ir codificando as diferentes variedades da língua, estender a rede internacional de ensino e também de criação cultural com base na nossa língua", disse.
Por outro lado, acrescentou, é "indispensável trabalhar no próprio sistema das Nações Unidas", apontando, neste contexto, que o português está já a ser ensinado, há três anos, na Escola Internacional de Línguas das Nações Unidas, em Nova Iorque, num esforço conjunto de Portugal e do Brasil.
"À medida que formos afirmando a centralidade da língua portuguesa em escolas internacionais, maior é a projeção", disse, apontando igualmente a importância para este esforço da rede das escolas portuguesas no estrangeiro, quer no ensino em português, quer na formação de professores de língua portuguesa ou na "valorização internacional" das culturas e das literaturas feitas em português.
"Isso somaria a um caminho que também estamos a desbravar e de que o primeiro grande exemplo ocorre em Londres com a primeira escola bilíngue português e inglês", apontou o ministro.
Questionado pela agência Lusa sobre os progressos na implantação do português como uma das línguas oficiais da Guiné Equatorial, um dos compromissos do país na sua adesão à CPLP, Santos Silva disse que Portugal continua a apoiar os esforços deste país, que tem também o espanhol e o francês como línguas oficiais.
"Portugal não só tem recebido e formado funcionários da administração pública equato-guineense para garantir que os documentos oficiais da Guiné Equatorial se publiquem também na língua que soberanamente escolheu como as suas línguas oficiais, como também tem assegurado a presença de docentes em apoio à formação de professores e às instituições locais", disse Santos Silva.
O ministro disse ainda que Portugal é acompanhado neste esforço por outros países da CPLP, designadamente o Brasil, e pela própria organização lusófona.
"Esperamos que, em resultado desse esforço, o compromisso que a Guiné Equatorial assumiu seja cumprido", disse.
Governo mantém objetivo de português na ONU, mas admite "caminho longo"
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