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Preço do parquímetro do Hospital de Braga irá aumentar, o que significa que a partir de agora os profissionais de saúde terão de pagar quase um "salário mínimo" por ano. FNAM garante que caso o problema não se resolva, irá haver uma "greve local".
O relógio bate as 22 horas. Os transportes públicos junto ao Hospital de Braga deixam de existir e os profissionais de saúde que trabalham até tarde são obrigados a levar as suas viaturas, mesmo que tenham que pagar estacionamento para trabalhar. O dia-a-dia destes profissionais de saúde acaba por sair caro, mas ao que tudo indica a situação irá agravar-se: segundo a Federação Nacional dos Médicos (FNAM), os preços dos parquímetros irão aumentar e quem trabalha neste estabelecimento poderá vir a ter de pagar €600 por ano.
Ricardo Meireles
"Só no hospital trabalham 3.600 profissionais de saúde e metade deles fazem trabalhos irregulares e noturnos, o que significa que alguém que acabe o trabalho às 22h30, por exemplo, não tem transporte público", começou por denunciar à SÁBADO a presidente do FNAM, Joana Bordalo e Sá. "A solução destas pessoas é deixar a sua viatura no parque de estacionamento. Acontece que, com a atualização do preço do parquímetro, a conta pode chegar aos €600 anuais. É pouco menos que um salário mínimo e alguns profissionais ganham o salário mínimo."
O parque de estacionamento do Hospital de Braga é, segundo a presidente da FNAM, "um dos parques mais caros que há", e a partir de agora irá custar mais €2 euros por mês, o que ao final de um ano significa mais €24. Defende, por isso, que "o parque de estacionamento devia ser gratuito" e que a não ser, "deveria haver avenças razoáveis de modo a que as pessoas tivessem a capacidade de as pagar".
Além disso, acrescenta que embora o cenário afete sobretudo os profissionais de saúde, que também os utentes sairão prejudicados. "Não recebemos queixas diretas, até porque somos uma federação, mas os médicos que trabalham neste hospital referem que os utentes se queixam muito."
Outro problema prende-se com o número de lugares existentes neste parque de estacionamento. Ao que parece existem cerca de 2 mil lugares, sendo que só neste hospital existem mais de 3 mil profissionais, fora os utentes. Além disso, não existem lugares reservados para estes médicos.
"As equipas saem para ir fazer serviços aos domicílios e quando voltam não têm sítio para deixar a viatura. Não há lugares reservados para estes profissionais, apenas para chefias", garante.
Médicos prometem "greve local"
A FNAM entretanto tem se manifestado contra toda esta situação e feito os possíveis para exigir a imediata suspensão do aumento das tarifas do parque de estacionamento.
"Já fizemos um abaixo-assinado onde arrecadámos 1.471 assinaturas por parte de médicos e profissionais. Já reunimos com o Conselho de Administração que diz que não consegue resolver a situação e atribuiu a responsabilidade à ACSS (Administração Central do Sistema de Saúde). Contactámos, então, a ACSS mas ainda não nos responderam. A Câmara Municipal de Braga diz que não tem capacidade para resolver a situação", elencou Joana Bordalo e Sá.
A federação garante ainda que caso esta situação não se resolva que "teremos de ir por medidas de luta" e aponta até para a possibilidade de "uma greve local". "Reiteramos que os médicos estão dispostos a escalar medidas de luta para salvaguardar os seus direitos e os dos utentes", escreve a FNAM numa nota publicada no site.
A SÁBADO contactou a administração do hospital de Braga, que indicou que "a Unidade Local de Saúde de Braga não possui competência na matéria mencionada", cabendo assim a responsabilidade à "Escala Braga – Entidade Gestora do Edifício, ao abrigo do contrato de Parceria Público-Privado assinada com o Estado português."
Também foi questionada a ACSS, que garantiu que "não possui competências quanto à exploração do parque de estacionamento do Hospital de Braga". Aponta, por isso, a uma resposta semelhante à administração do hospital de Braga.
"O contrato foi assinado com duas entidades, a Escala Braga – Sociedade Gestora do Estabelecimento, S.A., responsável pela gestão da atividade hospitalar, e com a Escala Braga – Sociedade Gestora do Edifício, S.A., responsável pela gestão e administração da infraestrutura. O prazo de duração do contrato foi de 10 anos para a gestão da atividade assistencial e de 30 anos para a gestão das infraestruturas, ou seja, a produção de efeitos contratuais quanto à vertente clínica do contrato cessou em 2019, mas a produção de efeitos da vertente infraestrutural mantém-se e cessará apenas em 2039."
De acordo, então com o previsto no contrato, "está ainda previsto que a Entidade Gestora do Edifício é a beneficiária das respetivas receitas comerciais", segundo a ACSS. Lembra, além disso, que apesar dos aumentos em 2025, "entre 2011 e 2024, os profissionais do hospital de Braga já pagavam 396€ anuais nos parques exteriores e 576€ nos parques cobertos".
A SÁBADO questionou a Escala Braga – Entidade Gestora do Edifício, sobre a eventual possibilidade de ser criado um outro parque de estacionamento mais económico, ou até gratuito, ao qual a entidade respondeu: "Compreendemos que os trabalhadores do hospital tenham ficado dececionados com o aumento de €2 no custo da avença mensal, mas pedimos que tenham em consideração que o valor do estacionamento no Parque não foi atualizado desde o início da concessão em 2011 (há 14 anos)."
E acrescentou: "Note-se que a avença do parque exterior, se fosse feita a Atualização de Valores com Base no IPC através do simulador do INE de €33 desde 2011, até agora passaria para €41,1 (€8 mais, em vez de €2). No caso da avença para o parque interior se fosse feita a Atualização do mesmo modo, de €48 passaria para €59.8 (€11.8 mais, em vez de €2)."
Atualizado às 12h51 do dia 11 de fevereiro com as respostas da Escala Braga – Entidade Gestora do Edifício
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