Federação Nacional dos Médicos reconhece que a pandemia confirmou a qualidade de resposta do Serviço Nacional de Saúde, mas expôs algumas deficiências que resultam do subfinanciamento crónico, como a falta de material e a desmotivação dos profissionais.
A Federação Nacional dos Médicos reconhece que a pandemia confirmou a qualidade de resposta do Serviço Nacional de Saúde, mas expôs algumas deficiências que resultam do subfinanciamento crónico, como a falta de material e a desmotivação dos profissionais.
Numa reunião este fim de semana, o Conselho Nacional da Federação Nacional dos Médicos (FNAM) aprovou uma série de propostas para promover a melhoria do funcionamento do Serviço Nacional de Saúde (SNS) e a valorização do trabalho médico, entre as quais a restruturação da carreira médica e respetivas grelhas salariais.
"Os médicos têm sido sucessivamente desconsiderados, desmotivados e mesmo maltratados, levando-os a crer que o SNS não lhes reserva qualquer perspetiva de futuro", afirma a FNAM, em comunicado, sublinhando que "desde a crise de 2012 que os médicos foram o grupo profissional que mais perdeu poder de compra".
A FNAM considera que o contexto da pandemia de covid-19 veio por a descoberto uma série de problemas inerentes ao trabalho dos médicos, entre elas a falta de material e equipamentos, as longas horas de trabalho, o incumprimento dos descansos legalmente previstos, a exposição direta ao risco de infeção por agentes biológicos e a exaustão física e psicológica.
"A Carreira Médica, pensada e definida em 1961, tem sido alvo de consecutivos ataques por parte de interesses particulares, que a veem como uma área de negócio crescente e que negam o direito de acesso universal à saúde", acrescenta.
A FNAM diz que continua "a acreditar no SNS e na recuperação dos princípios e da essência da carreira médica" e aprovou este fim de semana uma série de documentos que propõem a reestruturação da carreira e das respetivas grelhas salariais, assim como um programa de recuperação das listas de espera.
Propõe ainda que se passe a considerar a profissão médica como sendo de risco e penosidade acrescidos, a valorização do trabalho realizado em serviço de urgência, a adoção do regime de trabalho em dedicação exclusiva, majorada e opcional e a criação de equipas dedicadas ao serviço de urgência.
A revisão e reformulação do atual "processo de reforma" hospitalar é outra das propostas da FNAM, de que a federação dará agora conhecimento aos seus associados, ao Ministério da Saúde e aos grupos parlamentares.
Segundo o Plano de Estabilização Económica e Social publicado no sábado em Diário da República, as medidas para reforço do SNS este ano rondam os 100 milhões de euros, num plano que prevê a contratação de quase 3.000 profissionais de saúde até dezembro para aumentar a capacidade de resposta.
No âmbito da valorização dos profissionais do SNS, estão estimados encargos financeiros de 29 milhões de euros, de abril a dezembro, repartidos por 912 enfermeiros (12.227.972,27 euros), 220 técnicos superiores de diagnóstico (2.953.648,80 euros), 480 assistentes técnicos (3.375.533,47 euros) e 1.320 assistentes operacionais (9.482.803,26 euros).
O Programa de Estabilização Económica e Social vigorará este ano para responder à crise provocada pela pandemia da covid-19, que em Portugal já causou 1.479 mortes, das 34.693 confirmadas como infetadas.
Em todo o mundo, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 400 mil mortos e infetou mais de 6,9 milhões de pessoas.
FNAM diz que pandemia expôs subfinanciamento crónico do SNS
Publicamos para si, em três periodos distintos do dia, o melhor da atualidade nacional e internacional. Os artigos das Edições do Dia estão ordenados cronologicamente aqui ,
para que não perca nada do melhor que a SÁBADO prepara para si. Pode também navegar nas edições anteriores, do dia ou da semana. Boas leituras!
Para poder adicionar esta notícia aos seus favoritos deverá efectuar login.
Caso não esteja registado no site da Sábado, efectue o seu registo gratuito.
Para poder votar newste inquérito deverá efectuar login.
Caso não esteja registado no site da Sábado, efectue o seu registo gratuito.
Através da observação da sua linguagem corporal poderá identificar o tipo de liderança parental, recorrendo ao modelo educativo criado porMaccobye Martin.
Ficaram por ali hora e meia a duas horas, comendo e bebendo, até os algemarem, encapuzarem e levarem de novo para as celas e a rotina dos interrogatórios e torturas.
Já muito se refletiu sobre a falta de incentivos para “os bons” irem para a política: as horas são longas, a responsabilidade é imensa, o escrutínio é severo e a remuneração está longe de compensar as dores de cabeça. O cenário é bem mais apelativo para os populistas e para os oportunistas, como está à vista de toda a gente.