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"Estamos duros como o aço": Greve dos motoristas mantém-se

16 de agosto de 2019 às 10:15
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A greve dos motoristas de matérias perigosas entra esta sexta-feira no quinto dia. Sindicato Nacional dos Motoristas de Matérias Perigosas não desconvoca protesto.

"Vamos continuar a greve até que se chegue a um entendimento". A garantia foi dada esta sexta-feira pelo presidente do Sindicato Nacional dos Motoristas de Matérias Perigosas (SNMMP), Francisco São Bento

Apesar de o sindicato de motoristas de mercadorias gerais ter desconvocado o protesto, na noite de quinta-feira, o presidente do SNMMP assegurou: "Vamos continuar nos mesmos moldes". A greve continuará "até que se chegue a um entendimento", disse.

Francisco São Bento explicou que ainda não conseguiu falar com nenhum responsável do Sindicato Independente dos Motoristas de Mercadorias (SIMM), que apresentou pré-aviso de greve em conjunto com o Sindicato Nacional de Motoristas de Matérias Perigosas (SNMMP), mas desconvocou o protesto na quinta-feira à noite.

"Iniciámos um processo negocial conjunto, apresentamos um pré-aviso conjunto, mas ainda não conseguimos falar com o SIMM, possivelmente devem estar ocupados e não tiveram oportunidade de falar connosco", referiu São Bento.

"A seu tempo, quando conseguirmos falar com eles, iremos reagir", acrescentou, assegurando que os motoristas de matérias perigosas "não estão isolados".

Francisco São Bento disse ainda que o SNMMP "vai continuar apelar à mediação" do Governo nas em futuras negociações com a Associação Nacional de Transportadores Públicos Rodoviários de Mercadorias (ANTRAM), que até aqui recusou negociar com os motoristas sem que a greve seja desconvocada.

"Não será o primeiro nem o último conflito que se resolve com o pré-aviso de greve em cima da mesa", disse, vincado não se tratar de "nada inédito" e sustentando que há condições para negociar e "por fim a esta greve".

Até lá, os motoristas em greve vão "continuar a fazer os serviços mínimos", sem se "deixarem desmobilizar e duros como o aço", afirmou hoje em Aveiras de Cima, onde se mantém concentrado um piquete de greve.

O presidente do Sindicato manifestou ainda a intenção de se reunir com os associados para fazer um ponto de situação sobre paralisação, mas garantiu que os motoristas estão dispostos a manter a greve "um mês, seis meses, um ano, o que for necessário", até que a ANTRAM decida "Sentar-se à mesa [das negociações].

A greve dos motoristas de matérias perigosas está hoje no quinto dia, depois de um dos dois sindicatos que convocaram a paralisação ter desconvocado o protesto.

A decisão do SIMM surgiu perto das 23:00 de quinta-feira, na sequência de uma reunião no Ministério das Infraestruturas, gabinete onde se encontravam também dirigentes da Associação Nacional de Transportadores Públicos Rodoviários de Mercadorias (ANTRAM).

"Chegámos à conclusão de que esta greve não surtiu os efeitos que desejávamos", disse Anacleto Rodrigues, porta-voz do SIMM.

Esta posição do SIMM deixou o Sindicato Nacional de Motoristas de Matérias Perigosas sozinho no protesto, depois de esta estrutura sindical ter pedido na quinta-feira a mediação do Governo para chegar a um entendimento com a ANTRAM.

O Governo começou por anunciar que iria nomear um mediador para tentar terminar o conflito, mas, horas depois, disse que o processo de mediação não era viável.

A ANTRAM, por seu turno, reiterou na quinta-feira que, se os sindicatos desconvocarem a greve, aceita reunir-se com aquelas estruturas.

Na segunda-feira, ao final do primeiro dia de greve, o Governo decretou uma requisição civil, alegando incumprimento dos serviços mínimos.

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