Ex-diretor da DGS defende ainda que "eventuais discordâncias" das medidas tomadas no sábado em Conselho de Ministros "devem ser colocadas no final de todo este processo e não agora".
Ex-diretor da Direção-Geral da Saúde Francisco George defendeu hoje que as medidas tomadas no sábado em Conselho de Ministros para conter a propagação da pandemia de covid-19 só serão eficazes se forem cumpridas por todos.
"Estamos num tempo em que a solidariedade e a união de todos são princípios agora inquestionáveis. É preciso assegurar o cumprimento das medidas decididas, uma vez que, se forem cumpridas por todos, como se pretende, irão reduzir a propagação da atividade do coronavírus", defendeu em declarações à agência Lusa o ex-diretor da Direção-Geral da Saúde (DGS).
Francisco George disse que "eventuais discordâncias" das medidas tomadas no sábado em Conselho de Ministros "devem ser colocadas no final de todo este processo e não agora".
"Mais tarde, olharemos para trás, em análises, não só na dimensão política, como nas decisões tomadas baseadas em provas científicas. Mais tarde, sim, é absolutamente aceitável colocar questões e divergências, mas não agora. Agora é preciso estarmos juntos neste processo", insistiu.
No seu entender, "quer se concorde ou não" com as medidas apresentadas, Francisco George considerou que têm de ser respeitadas.
"A questão é: Uma vez decretadas, têm de ser observadas por todos, à luz do princípio de solidariedade e de reconhecimento da necessidade de cumprimento porque os efeitos vão beneficiar todos e, por isso, todos têm de estar neste processo, apesar de, naturalmente, ser difícil para muitas famílias mas, sublinho, é preciso assegurar a observação das medidas que foram anunciadas", defendeu.
Francisco George considerou ainda que "é preciso insistir num sexto elemento que muitas vezes não é citado, que é a ventilação", e, neste sentido, disse que é necessário "ventilar as casas, os escritórios, as fábricas e privilegiar o ar livre".
"A ventilação dos domicílios, dos compartimentos, ventilar as casas é fundamental. Todos reconhecem que é uma medida de prevenção muito eficaz. O risco de se adquirir a infeção em ambiente fechado é muito superior quando comparado com espaços abertos", rematou.
"A questão dos restaurantes tem que também ter em conta a possibilidade de montarem as mesas fora de portas, nos passeios, naturalmente sem colocar obstáculos à circulação, mas, independentemente daquelas licenças habituais municipais, podíamos promover mais vezes a saída de ambientes fechados", sugeriu.
O Conselho de Ministros decidiu no sábado que 121 municípios vão ficar abrangidos, a partir de quarta-feira, pelo dever cívico de recolhimento domiciliário, novos horários nos estabelecimentos e teletrabalho obrigatório, salvo "oposição fundamentada" pelo trabalhador, devido à covid-19.
Os restaurantes nestes 121 concelhos têm de fechar até às 22:30 e todos os estabelecimentos comerciais terão de encerrar, na generalidade, às 22:00.
Também nestes territórios -- que representam 70% da população residente -, ficam proibidas as feiras e os mercados de levante, e os eventos e celebrações ficam limitados a cinco pessoas, exceto nos casos em que os participantes pertencem ao mesmo agregado familiar.
Os concelhos abrangidos têm mais de 240 casos de infeção com o vírus da covid-19 por 100 mil habitantes nos últimos 14 dias e será este o critério que servirá para atualizar a lista de municípios sujeitos a medidas restritivas a cada 15 dias, seguindo um princípio definido pelo Centro Europeu de Prevenção e Controlo das Doenças. Há uma exceção para surtos localizados em concelhos de baixa densidade.
Duas outras medidas aprovadas no sábado abrangem todo o território continental e não apenas estes 121 concelhos: limitação de grupos de seis pessoas nos restaurantes e prolongamento da situação de calamidade por mais duas semanas.
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