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Dos 37 hospitais com heliportos, só sete funcionam. Plano de obras na gaveta há cinco anos

Projeto de reabilitação das pistas hospitalares, lançado em 2020, no Governo de António Costa ficou na gaveta. Há vários hospitais que continuam à espera de certificação.

Há um desajustamento entre o cumprimento dos quatro helicópteros médios Black Hawk anunciados, na semana passada, pelo ministro da Defesa, Nuno Melo, e o que os heliportos hospitalares suportam, noticiou e confirmou a SÁBADO junto de fonte do INEM que participa neste transporte de doentes hospitalares. Apenas uma pista (a do Hospital de Braga) reúne estas condições. Mas além do tamanho das novos meios aéreos há vários anos que não é possível aterrar em muitos hospitais do País. 

Heliporto no Hospital do Senhor do Bonfim, em Vila do Conde
Governo comprou quatro helicópteros Black Hawk
Heliporto no Hospital do Senhor do Bonfim, em Vila do Conde
Governo comprou quatro helicópteros Black Hawk

Há, pelo menos, 30 pistas a precisarem de manutenção, neste momento, segundo fontes no terreno.

Em fevereiro de 2020, um comunicado do Governo de António Costa assumia que haviam sido identificados "38 heliportos hospitalares" a precisar de "intervenção com vista à melhoria da sua operacionalidade". A mesma nota dava conta do lançamento de um plano de reabilitação para modernizar estas infraestruturas. Foram selecionados 12 heliportos que deveriam ter uma intervenção prioritária, e entre estes encontrava-se o do maior hospital do País, o Santa Maria, em Lisboa, que foi alvo de obras e que deste ano. Também o Hospital de Santa Cruz, que integra a Unidade Local de Saúde Lisboa Ocidental, passou a funcionar entretanto.  

No entanto, houve outros casos (mesmo entre os prioritários) que não chegaram a ser intervencionados. A pandemia de Covid-19 tirou este assunto da agenda política e as obras foram sendo adiadas. Só em julho de 2023 foi criado um grupo de trabalho para identificar e garantir os procedimentos de segurança dos heliportos hospitalares; todavia o governo de Costa caiu antes de ser apresentado o relatório final. Ou seja, nunca chegou a ser anunciada qualquer conclusão.

Segundo a Autoridade Nacional de Aviação Civil (ANAC) "na sequência da alteração de todos os nomeados no grupo de trabalho, com a exceção do representante da ANAC, por cessação de funções ou mandatos, não foi produzido um relatório final no período estabelecido”, esclareceu esta identidade ao Público, há um ano. Na mesmo artigo, o ministério da Saúde respondia que haveria processos de certificação em curso e que caberia aos "hospitais prever, nos seus Planos de Desenvolvimento Operacional, as verbas necessárias para a atividade que desenvolvem". 

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