Tiago Rodrigues Bastos considerou que a apreensão de 75.800 euros no gabinete de Vítor Escária em São Bento é "um facto lateral" e "absolutamente irrelevante" para o que está em causa neste caso e que o dinheiro se deve a uma atividade anterior.
O advogado do chefe de gabinete do primeiro-ministro garantiu esta quinta-feira que o dinheiro apreendido nas buscas de terça-feira relacionadas com o caso do lítio e hidrogénio "não tem nada que ver" com este processo.
RODRIGO ANTUNES/LUSA
Em declarações aos jornalistas hoje, perto das 10h, à entrada do Tribunal Central de Instrução Criminal, em Lisboa, Tiago Rodrigues Bastos considerou que a apreensão de 75.800 euros nogabinete de Vítor Escáriaem São Bento é "um facto lateral" e "absolutamente irrelevante" para o que está em causa neste caso e que o dinheiro se deve a uma atividade anterior.
"Cabe-me defender a honra de Vítor Escária e explicar que essa quantia não tem nada que ver com o objeto dos autos. O Ministério Público [MP] sabe isso perfeitamente. Nunca foi essa a tese que perpassa pelos autos, nunca esteve em causa que Vitor Escária tivesse recebido dinheiro de quem quer que fosse. É uma quantia que foi apreendida no gabinete de Vítor Escária que se relaciona com a sua atividade profissional anterior", referiu.
Para o advogado do chefe de gabinete do primeiro-ministro demissionário, cujo interrogatório ainda não começou, a divulgação da apreensão desse dinheiro serve apenas "para causar uma impressão e discussão na praça pública", reiterando que todas as explicações serão dadas ao tribunal.
E continuou: "Que eu saiba, não é crime deter nenhum quantitativo em numerário onde quer que seja. Aquilo que importa é uma imputação que é feita a Vítor Escária e para a qual esse facto é absolutamente irrelevante. (...) Não tem nada a ver com algo ilegal".
A operação de terça-feira do MP assentou em pelo menos 42 buscas e levou à detenção de cinco pessoas: o chefe de gabinete do primeiro-ministro, Vítor Escária, o presidente da Câmara de Sines, Nuno Mascarenhas, dois administradores da sociedade Start Campus, Afonso Salema e Rui Oliveira Neves, e o advogado Diogo Lacerda Machado, amigo de António Costa.
O ministro das Infraestruturas, João Galamba, e o presidente da Agência Portuguesa do Ambiente, Nuno Lacasta, foram constituídos arguidos.
Este processo visa as concessões de exploração de lítio de Montalegre e de Boticas, ambos em Vila Real; um projeto de produção de energia a partir de hidrogénio em Sines, Setúbal, e o projeto de construção de um 'data center' na Zona Industrial e Logística de Sines pela sociedade Start Campus.
O primeiro-ministro, António Costa, que apresentou a demissão na terça-feira, é alvo de uma investigação autónoma do MP num inquérito instaurado no Supremo Tribunal de Justiça, após suspeitos terem invocado o seu nome como tendo intervindo para desbloquear procedimentos nos negócios investigados.
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