No início de maio, a UCP conduziu um inquérito a todos os alunos para avaliar a modelo de ensino à distância e a forma como os alunos lidaram com a nova realidade.
A maioria dos estudantes da Universidade Católica Portuguesa (UCP) elogia a resposta da instituição na transição para o ensino à distância, mas admite preferir o modelo presencial, segundo dados de um inquérito hoje divulgados.
No início de maio, a UCP conduziu um inquérito a todos os alunos para avaliar a modelo de ensino à distância, que em março substituiu as habituais aulas presenciais, devido à pandemia de covid-19, e a forma como os alunos lidaram com a nova realidade.
Segundo os resultados hoje divulgados, que combinam as respostas de 3.215 estudantes (cerca de 15% do total), os estudantes demonstraram estar satisfeitos com a resposta da instituição, registando-se um grau de satisfação de 3,4 numa escala de um a cinco, numa avaliação particularmente positiva no que respeita à competência dos docentes (3,9) e às condições criadas pela universidade (3,8).
"A universidade reagiu de forma muito ágil e a valorização dessa capacidade de resposta, para nós, foi muito importante", disse à Lusa a reitora da UCP, Isabel Capeloa Gil.
No entanto, e comentando os resultados, a reitora sublinha que apesar dessa valorização, os alunos manifestaram também uma preferência pelo ensino presencial, apesar de reconhecerem que dificilmente haverá uma retoma integral já em setembro.
"Estamos a falar de uma geração de nativos digitais e, à partida, havia uma projeção para que esta transição fosse fácil e quase intuitiva, mas isso não resulta, necessariamente, numa avaliação mais positiva do ensino 'online', em comparação com o presencial", afirmou.
Ainda assim, apenas 47% dos estudantes acreditam que o regresso às aulas, em setembro, será integralmente presencial, mas a maioria (78%) espera que até ao segundo semestre as atividades retomem a normalidade, com a implementação de algumas medidas de segurança.
Do lado da UCP, Isabel Capeloa Gil avança que os planos são para que o próximo ano letivo arranque de forma presencial, no âmbito de uma solução de ensino misto, que está a ser preparada de forma a aliviar a concentração de pessoas nos 'campi'.
Por outro lado, e recordando o 'feedback' dos alunos, a reitora faz um balanço positivo dos últimos meses, que diz terem sido uma aprendizagem para toda a comunidade académica, com lições para o futuro.
"Sabemos que se houver necessidade de voltarmos a ter medidas mais restritivas no outono ou no inverno temos meios para reagir e, com esta aprendizagem, sabemos exatamente como fazê-lo", sublinha.
No entanto, e apesar da facilidade na adaptação ao novo modelo de ensino, apenas 47% dos estudantes afirmam estar a aprender o mesmo ou mais do que nas aulas presenciais, mesmo considerando estar a trabalhar mais (62%) ou muito mais (25%) do que antes.
Em sentido oposto, a maioria dos alunos (66%) admitiu dificuldades em manter o mesmo grau de concentração durante as atividades síncronas 'online'.
A UCP suspendeu as atividades presenciais dias antes de o Governo ter anunciado o encerramento de todos os estabelecimentos de ensino, desde creches a universidades, a partir de 16 de março.
Durante este período, a maioria dos alunos (83%) assistiram a aulas 'online' síncronas, mantendo o mesmo horário e a mesma duração das aulas presenciais.
Para os estudantes da Católica, o acesso aos meios tecnológicos necessário para acompanhar as atividades à distância não foi um problema e 88% dos alunos tinha acesso a computador para uso exclusivo, sendo que os restantes o partilhavam com o agregado familiar.
De acordo com o boletim da Direção-Geral da Saúde, desde o início da pandemia até hoje registaram-se 50.299 casos de infeção confirmados e 1.719 mortes.
Covid-19: Estudantes da Católica elogiam ensino à distância mas querem regresso ao presencial
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A condenação do CSMP assenta na ultrapassagem das limitações estatutárias quanto à duração dos mandatos e na ausência de fundamentos objetivos e transparentes nos critérios de avaliação, ferindo princípios essenciais de legalidade e boa administração.
A frustração gera ressentimento que, por sua vez, gera um individualismo que acharíamos extinto após a grande prova de interdependência que foi a pandemia da Covid-19.