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Costa condena apelos "irresponsáveis" para populações desobedecerem às autoridades

"As autoridades quando apelam à evacuação estão a assegurar o bem mais precioso que existe que é a vida", defendeu o primeiro-ministro.

O primeiro-ministro qualificou esta quarta-feira como "absolutamente irresponsável qualquer tipo de apelo" para que as populações não sigam as indicações das autoridades nas evacuações preventivas durante os incêndios porque "o bem mais precioso que existe é a vida".

António Costa falou hoje pela primeira vez publicamente desde o início do incêndio de Monchique, que lavra desde sexta-feira, e, num balanço sobre a vaga de calor dos últimos dias na Autoridade Nacional de Protecção Civil, em Carnaxide, agradeceu aos portugueses "pelo enorme trabalho" de prevenção que este ano foi feito.

"Gostaria de insistir muito que é essencial para a perseveração da vida humana, para diminuirmos o risco de acidentes pessoais, que todos sigam as instruções das autoridades. As autoridades quando apelam à evacuação não estão a violar a Constituição, nem a lei, estão a assegurar o bem mais precioso que existe que é a vida", defendeu.

Por isso, sublinhou, "é absolutamente irresponsável qualquer tipo de apelo para que as populações não sigam estas indicações".

Para o primeiro-ministro, o facto de este ano ter havido menos ocorrências, menos incêndios, apesar de um estado climatérico mais adverso, deve-se em primeiro lugar "a esses grandes esforços" de prevenção.

Os dados, referiu, "são muito claros" e mostram "a capacidade que o país tem hoje de prever as situações de risco" e a resposta dada pelo conjunto de instituições.

"De 582 ignições só termos tido 26 grandes incêndios e só o de Monchique ter concentrado a atenção, demonstra que o sistema respondeu à altura do desafio que estava colocado", elogiou.

No entanto, o chefe do executivo avisou que "esta foi só a primeira prova de muitos dias, muitas semanas e alguns meses de um verão que começou tardio".

António Costa deixou também uma palavra a todos que têm estado envolvidos nestas operações, às populações que tem sofrido ou estado ameaçadas e que demonstraram uma "enorme serenidade e civismo" e "também aos autarcas que têm sido incansáveis no esforço, dedicação e empenho".

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