O secretário-geral da CGTP-IN, Arménio Carlos, defendeu este sábado o pagamento de uma só vez do subsídio de Natal e a necessidade de alargar os escalões do IRS
CGTP quer subsídio de Natal pago de uma só vez e mudanças no IRS
O secretário-geral da CGTP-IN, Arménio Carlos, defendeu este sábado que o subsídio de Natal deve ser pago de uma só vez e que é necessário um alargamento dos escalões do IRS para que não haja perdas salariais dos trabalhadores.
João Relvas/Lusa
"O subsídio (de Natal) deve ser pago de uma única vez, porque sempre foi assim, e assim deverá ser. Por outro lado, se alargarmos os escalões do IRS, tornamo-lo mais progressivo, logo os trabalhadores ficam beneficiados também e não serão prejudicados", declarou à Lusa Arménio Carlos, à margem de uma atividade no âmbito das comemorações dos 46º aniversário da CGTP-IN.
A redução nos escalões do IRS realizada pelo Governo anterior atingiu os salários dos trabalhadores, que passaram a pagar mais impostos, mas o pagamento do subsídio de Natal em duodécimos acabou por mascarar as perdas mensais.
Para que o subsídio de Natal seja pago de uma só vez e os trabalhadores não se ressintam da perda mensal deste valor, devido às perdas salariais em impostos, é preciso resolver o problema de fundo, segundo o sindicalista.
"É que não passa só pelo pagamento de uma única vez do respectivo subsídio (de Natal), passa também por alterações no que diz respeito à política fiscal, ou seja, pelo alargamento dos escalões do IRS para a tornar o imposto mais progressivo e, assim, ficamos a ganhar", afirmou.
Para Arménio Carlos, "é simples, agora é só uma questão de opção para resolver o problema".
"Os trabalhadores perderam com o Governo do PSD/CDS, porque viram reduzidos os seus salários, viram reduzidos os seus direitos e viram também reduzidos os seus rendimentos. Não podemos esquecer da brutal carga de impostos que caíram sobre os trabalhadores e as suas famílias", indicou.
De acordo com o sindicalista, "entramos numa nova fase, os trabalhadores estão a recuperar, recuperaram uma parte dos salários, naturalmente que também será eliminada a sobretaxa do IRS".
"Nesta nova fase é preciso dar também respostas a outras necessidades dos trabalhadores, citando como exemplo, os trabalhadores da administração pública e do sector empresarial do estado não são aumentados desde 2009 e tem suas carreira congeladas. É justo que vejam agora aumentados os seus salários", avaliou.
Segundo Arménio Carlos, mesmo se passa no sector privado, "em que a esmagadora maioria da contratação está bloqueada por responsabilidade das organizações patronais e [os trabalhadores] não viram também os seus salários aumentados".
"É altura das associações patronais aumentarem os salários, até porque como se verificou recentemente, tivemos um ano de turismo que foi o maior ano de negócios e lucros. Os serviços aumentaram o seu volume de negócios, a indústria do calçado, têxtil e do vestuário está a aumentar também o seu nível de exportação e de produtividade, então é caso de dizer que chegou a hora de aumentar os salários", disse.
"Tudo isso para dizer que é importante a reposição de direitos, mas agora é fundamental o aumento geral dos salários para todos os trabalhadores, sem esquecer o salário mínimo nacional", acrescentou.
Arménio Carlos está hoje a participar, em Lisboa, em várias ações de sensibilização da população, promovendo inclusivamente a assinatura de uma petição da CGTP-IN por melhores salários e outras reivindicações trabalhistas.
A petição "Garantir o Direito à Contratação Colectiva; Revogar a Norma da Caducidade das Convenções Colectivas; Assegurar o Direito à Negociação na Administração Pública" deverá ser entregue no parlamento no próximo mês.
"É neste contexto que estamos aqui a contactar a população, a solicitar que subscrevam a nossa petição, para exigir melhores salários, a dinamização da contratação colectiva e, simultaneamente, o direito de negociação na administração pública", disse o sindicalista, que estava à porta do Centro Comercial Vasco da Gama, em Lisboa.
A CGTP-IN comemora hoje o seu 46.º aniversário em vários pontos do país com convívios, acções de rua e contactos com trabalhadores.
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