O Sindicato Nacional dos Motoristas (SNM) acusou a Carris de ser "corresponsável" pelo descarrilamento de um elétrico, em Lisboa, com 28 feridos.
O Sindicato Nacional dos Motoristas (SNM) acusou hoje a Carris de ser "corresponsável" pelo descarrilamento de um elétrico, em Lisboa, ocorrido a 14 de dezembro, com 28 feridos, e espera que o guarda-freio não sirva de "bode expiatório".
Em 28 de dezembro do ano passado, duas semanas após o acidente, a Comissão de Inquérito anunciou que o descarrilamento do elétrico da carreira 25 se deveu a "erro humano", não tendo o guarda-freio respeitado sinalização específica, nem acionado de "forma correta" os sistemas de frenagem (travagem), razões pelas quais a Carris decidiu instaurar um processo disciplinar ao motorista.
"A eventual inexperiência do guarda-freio, aliada ao comportamento negligente ou doloso da Carris, por esta não ter procedido à revisão do manual de formação contínua do guarda-freio, por não ter reforçado a quantidade necessária de inspetores, no sentido de potenciar e reforçar a formação e a inspeção dos locais, e por nada ter feito no sentido de verificar se, efetivamente, existia ou não um desrespeito generalizado da sinalização pelos tripulantes, concorreu de forma definitiva para o acidente por inércia", refere o SNM, em comunicado.
Este sindicato "espera que o guarda-freio não seja agora o bode expiatório" do acidente.
"O Governo mudou, mas a inércia parece ter ficado. O mal que o Governo anterior fez à Carris não pode nem deve servir para desresponsabilizar o atual Governo e a Câmara Municipal de Lisboa, pois nesta matéria ambos têm responsabilidades", indica a nota.
O comunicado acrescenta que, "todos os dias, todos os tripulantes da Carris fazem o seu melhor em prol da população que servem com grande dignidade e profissionalismo", salientando que estes profissionais "não aceitam que alguém com responsabilidades na Carris venha agora afirmar publicamente que os tripulantes da Carris são desrespeitadores das regras mais elementares".
"A Carris é uma empresa segura e são os tripulantes que fazem da Carris uma das empresas mais seguras do mundo. É aquela que tem a menor sinistralidade rodoviária e de menor gravidade. Facto que deveria ser enaltecido por todos, a começar pela própria Carris", sublinha o Sindicato Nacional dos Motoristas.
O SNM diz ainda esperar "serenamente o desenrolar dos acontecimentos", que a Carris "seja célere e, acima de tudo, imparcial com as conclusões que irá retirar".
O descarrilamento do elétrico 576, carreira 25E, que faz a ligação Campo de Ourique -- Praça da Figueira, ocorreu no dia 14 de dezembro do ano passado no cruzamento da rua São Domingos à Lapa com a rua Garcia de Orta, cerca das 18h00, tendo feito 28 feridos ligeiros, incluindo o guarda-freio.
À data do acidente, o guarda-freio tinha 23 dias de condução, tendo iniciado a atividade no passado dia 6 de novembro, e já tinha tido um acidente com responsabilidade no dia 6 de dezembro, refere a Carris, sem avançar mais pormenores sobre este acidente.
Posteriormente a este acidente de 6 de dezembro, o guarda-freio foi acompanhado e foram dados conselhos para guardar distância de segurança para os veículos da frente.
Carris é "corresponsável" por descarrilamento de elétrico em Lisboa
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