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Boom Festival lamenta ser "maltratado e ostracizado" em Portugal

O Boom festival realça que defende "o escrupuloso cumprimento da lei" como garante de uma sociedade segura, bem como o jornalismo factual e rigoroso como valor essencial da democracia.

A organização do Boom Festival lamentou esta terça-feira que este evento considerado referência internacional continue a ser "maltratado e ostracizado" em Portugal e disse que está a recorrer a todos os meios legais para combater esta "actuação preconceituosa".

Em comunicado enviado terça-feira à agência Lusa e depois de a PJ e de a GNR terem anunciado na segunda-feira a detenção de 69 pessoas por tráfico de drogas, o Boom Festival mostra-se "expectante" para ver se as forças policiais e a comunicação social fazem a mesma divulgação sobre operações deste género em outros festivais ao longo de 2018.

"Não podemos deixar de nos surpreender que, neste universo [dos festivais], apenas o Boom Festival mereça tanta associação ao tema das drogas por parte de forças policiais e mediáticas", sublinham.

O Boom diz que as operações policiais só foram possíveis graças à total coordenação entre a PJ, a GNR e a própria organização e reforçam que o evento decorre dentro da mais escrupulosa legalidade e que é alvo de escrutínio rigoroso por parte de todas as entidades, que, para além de o licenciar, também o inspeccionam.

"Apenas não podemos continuar a assistir a que um festival que cumpre todas as obrigações legais e fiscais, que contribui para o desenvolvimento do interior do país (...) que é alvo de constantes elogios fora de Portugal, continue, no seu próprio país, a ser violentado, ultrajando não apenas o seu bom nome como também o do seu público e o da região de Idanha-a-Nova", sustenta.

Segundo a organização, nesta edição do Boom Festival participaram mais de 30.000 visitantes, 508 dos quais crianças.

Diz ainda que, de entre os visitantes, encontravam-se milhares e famílias que vêem no festival uma oportunidade para apresentar aos seus filhos um modo de vida sustentável, em plena natureza e com o máximo respeito por esta e pelas artes e cultura.

A organização questiona: "Por que razão um festival que, em 2018, recebeu mais de 30.000 visitantes de 147 nacionalidades, quase um milhar de artistas de diversos países,workshops, palestras, inúmeras acções de promoção da sustentabilidade ambiental, continua a merecer esta atenção maioritariamente negativa, não encontrando paralelo na cobertura realizada a outros eventos, onde as operações policiais também acontecem, ainda que eventualmente não sejam divulgadas".

Por último, lamentam sendo um festival considerado de referência a nível internacional, que tem arrecadando inúmeros prémios na área do ambiente, que tem o reconhecimento da ONU ou de media de referência mundial, "continue a ser maltratado e ostracizado em Portugal", quer por entidades com responsabilidades políticas e judiciais, quer pela comunicação social, e a ser continuamente relacionado com um tema com que a organização não se revê.

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