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BE quer travar processo de redução de 800 trabalhadores nos CTT

Os CTT anunciaram hoje um plano de reestruturação, onde prevêem a redução de cerca de 800 trabalhadores nas operações nos próximos três anos

O Bloco de Esquerda (BE) quer travar o processo de redução de 800 trabalhadores dos CTT nos próximos três anos, defendendo o "resgate público" dos Correios de Portugal, disse hoje à Lusa o deputado bloquista José Soeiro.

Os CTT anunciaram hoje um plano de reestruturação - denominado de Plano de Transformação Operacional -, onde prevêem a redução de cerca de 800 trabalhadores nas operações nos próximos três anos, em consequência da queda do tráfego do correio, de um total de 6.700 efectivos, dos quais 6.200 efectivos e perto de 500 contratados a termo.

Dos 200 postos que pretendiam reduzir anteriormente, 140 já aceitaram sair da empresa até final do ano. "Todo este plano visa continuar uma política que tem sido desastrosa para a empresa", disse o deputado do BE, recordando que os CTT, enquanto empresa pública, "tinham os mais elevados níveis de qualidade de prestação de serviço, nomeadamente o serviço postal, tinham uma cobertura territorial muito superior àquela que hoje têm", bem como um património maior.

Este plano "torna mais evidente a necessidade de resgate público, a necessidade de que a empresa volte à esfera pública", defendeu.

"Queremos que se esclareça" a forma como os CTT pretendem reduzir os 800 trabalhadores e "impedir este processo", vincou José Soeiro, acrescentando que a coordenadora do BE, Catarina Martins, vai abordar este assunto no próximo debate com o Governo.

O deputado reiterou que o BR quer "que este processo seja travado" e que "a mais consequente medida é o resgate público da própria empresa".

"A privatização dos CTT foi uma tragédia do ponto de vista económico e político", sendo que "esta nova etapa de reestruturação, como foi agora apresentada, implica reduzir ainda mais os balcões e mais 800 pessoas, num momento em que, por um lado já não conseguem cumprir com os critérios de qualidade - nomeadamente do serviço postal - e que tem sido objecto de multas por parte da Anacom [Autoridade Nacional de Comunicações] devido a incumprimento", e por outro, "o número de trabalhadores que tem não está a conseguir assegurar o mínimo dos critérios previstos no contrato de concessão".

Para o Bloco de Esquerda, o plano de reestruturação dá "menos condições" para os Correios de Portugal cumprirem as obrigações a que está vinculado.

Além disso, o deputado criticou as medidas tomadas "para legitimar este processo, com a redução de 25% no vencimento dos administradores".

Isto porque "estamos a falar de um administrador a propor-se, num contexto de sacrifício, a receber cerca de 27 mil euros mensais. Não é de uma grande contenção auto-imposta", considerou.

Considerou ainda que "uma das grandes omissões do documento" é "com que base legal pretendem despedir estas 800 pessoas".

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