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BE pediu esclarecimentos ao Governo sobre mina de lítio em Boticas

29 de novembro de 2018 às 15:35
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Está prevista para Covas do Barroso uma mina de lítio a céu aberto e, neste momento, estão a ser feitas no terreno prospecções por parte da Slipstream Resources.

OBloco de Esquerda (BE)questionou hoje o Governo sobre a mina delítioem Covas do Barroso, concelho de Boticas, que considera que pode colocar em causa a classificação deste território como Património Agrícola Mundial.

Está prevista para Covas do Barroso uma mina de lítio a céu aberto e, neste momento, estão a ser feitas no terreno prospecções por parte da Slipstream Resources, sediada em Braga e subsidiária da empresa mineira Savannah Resources.

Na freguesia do concelho de Boticas, distrito de Vila Real, foi recentemente criada a Associação Unidos em Defesa de Covas do Barroso (UDCB) para alertar e lutar contra a mina do Barroso.

Depois de uma visita a Covas do Barroso e do contacto com a associação, o deputado do BE Pedro Soares pediu esclarecimentos ao Ministério do Ambiente e da Transição Energética sobre o projeto.

O parlamentar quer saber se o Governo tem conhecimento que a prospecção de lítio em curso no Barroso está a ser realizada num "território classificado como Património Agrícola Mundial, classificação que seria colocada em causa pela abertura de minas a céu aberto para exploração de lítio".

Pedro Soares perguntou ainda, através da Assembleia da República, se a "autorização para a referida prospecção foi antecedida de informação à população e às autarquias" e se "existe algum Estudo de Impacte Ambiental que suporte a ampliação da área inicial de concessão e o lítio como substância concessível".

O deputado referiu que a Direção-Geral de Energia e Geologia (DGEG) concedeu à empresa mineira australiana Savannah Resources, através da sua subsidiária Slipstream Resources Portugal, "uma área equivalente a mais de 500 campos de futebol que implicará a abertura de crateras com mais de 100 metros de profundidade destinadas à exploração de lítio".

"Com a desmatação do coberto vegetal, a decapagem do solo e a criação de crateras praticamente irrecuperáveis, a exploração de lítio a céu aberto na serra do Barroso provocaria a destruição de ecossistemas importantes para a preservação de habitats naturais de espécies ameaçadas e quase extintas, afectando dramaticamente o sistema agrossilvopastoril e a economia local, essenciais para a manutenção das populações na região", salientou.

O parlamentar disse ainda que a "escavação e remoção de 1,5 milhões de toneladas de minério por ano, apenas a centenas de metros das aldeias de Covas do Barroso, Romainho e Muro, e próximo de povoações como Vila Grande, Dornelas, Vila Pequena, Espertina, Antigo, Alijó e Lousa, originaria a poluição do ar com poeiras e afetariam a qualidade da água e do solo".

E frisou ainda que a população das freguesias de Dornelas e Covas do Barroso "não foi envolvida nas decisões sobre esta matéria".

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