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Autarca de Silves critica ligação da Protecção Civil às forças locais

Rosa Palma considera que "houve falhas de comunicação entre o posto central e as forças locais, que poderiam ter melhorado a situação".

A presidente da Câmara Municipal de Silves criticou, esta quinta-feira, a actuação das autoridades da Protecção Civil, defendendo ter havido falta de comunicação e coordenação no combate ao incêndio que está a atingir vários concelhos do barlavento algarvio.

Monchique incêndios
Monchique incêndios
Monchique incêndios
Monchique incêndios
Monchique incêndios
Monchique incêndios

Na sequência dos fogos que afectaram o concelho de Silves, Rosa Palma disse àLusaque "houve falhas de comunicação entre o posto central e as forças locais, que poderiam ter melhorado a situação".

"Estão meios no terreno, mas desconheço a situação e é isto que não pode acontecer. Como presidente da Câmara, tenho de estar presente e tenho de ter conhecimento das acções no terreno e isso não está a acontecer", lamentou a autarca.

"A comunicação é essencial, este concelho, por si só, tem cerca de 700 quilómetros quadrados, há pessoas que conhecem bem o território e essas pessoas tem de ser ouvidas e eu não reconheço que isso tenha acontecido", fundamentou.

"É certo que as condições atmosféricas foram adversas, a nível distrital não tenho lembrança de zonas com aglomerados populacionais tão fortes que tenham sofrido incêndios destes, foi assustador", admitiu.

"Mas temos uma equipa da protecção civil que tem monitorizados meios para situações deste género, temos um levantamento feito casa a casa, para saber quantas pessoas moram em cada habitação, se têm dificuldade a andar, [quantas] pessoas [estão] acamadas ou [são] crianças, para que se possa, de certa maneira, definir prioridades", sustentou a autarca.

"Nós fizemos o nosso trabalho de casa e quem agarra nas operações depois tem, de certa forma, que planear e programar para que se possa agir em conformidade. Quem vai monitorizar o espaço tem de conhecer a área para quando estiver a dar os passos e tomar decisões estar efectivamente a fazer o que é necessário", frisou.

"É necessário fazer um diagnóstico e reconhecer aquilo que não correu bem, para que possa correr melhor daqui para a frente. Temos sorte que não tivemos nenhuma situação de feridos, nem de mortos, nem perdas de casas no concelho, mas não podemos andar agarrados à sorte, temos de ter um planeamento e saber actuar em situações", alertou a autarca.

Rosa Palma destacou ainda o trabalho de prevenção que tem vindo a ser realizado nos últimos anos. "Desde 2014 que vimos a exercer um trabalho exaustivo ao nível de prevenção, o concelho de Silves tem faixas de combustível ao longo de vários quilómetros que convido qualquer um a verificar", frisou.

O incêndio que lavra no Algarve começou na passada sexta-feira, em Monchique, alastrando-se numa fase inicial ao concelho de Odemira, no distrito de Beja, onde foi rapidamente resolvido, seguindo depois em direcção a Portimão, onde já não está activo, e a Silves, onde ainda permanece.

Ao sétimo dia, o incêndio estende-se por um perímetro que ultrapassa os 100 quilómetros, afectando directamente os concelhos de Monchique e de Silves.

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