O primeiro-ministro, em entrevista ao jornal espanhol La Vanguardia, defendeu a integridade do sistema de Justiça português, alertando para a necessidade de compreender os tempos necessários para sua atuação.
António Costa, primeiro-ministro, referiu que não há nenhum problema com o sistema de Justiça português, em entrevista ao jornal espanhol La Vanguardia.
Duarte Roriz
"Acredito que não há problema com o sistema de justiça em Portugal, o problema está em compreender os tempos da justiça", disse António Costa. "O início de uma investigação não deve ser confundido com uma condenação. Esse é um dos problemas."
O primeiro-ministro, que recentemente se demitiu após uma investigação à sua residência oficial num inquérito sobre um alegado caso de corrupção, começou por dizer que não foi acusado no processo.
"O primeiro dever de um político é defender as instituições", disse António Costa quando questionado sobre se se demitiria se soubesse que não iria haver acusação. "É inconcebível para mim que o líder de um país, o primeiro-ministro, possa estar sob s-uspeita oficial. Pela saúde das instituições democráticas, pela confiança dos cidadãos nas instituições, o líder do país não pode estar sob suspeita."
Continuou na mesma temática afirmando que não se deve esquecer o princípio jurídico da presunção de inocência, acrescentando que acredita que a justiça está a fazer o seu trabalho e que esta questão deve ser mantida fora da campanha eleitoral.
"Podemos discutir sobre a política da justiça, mas não sobre a justiça em si. Podemos discutir sobre os meios de justiça, mas o sistema deve ser respeitado", defendeu após considerar que a opinião pública se rege por tempos diferentes dos da justiça, acrescentando que o seu funcionamento deve ser respeitado para que não se volte à Idade Média, onde a justiça se fazia em "praça pública".
"Palavras fáceis leva-as o vento"
Sobre as eleições a 10 de março, António Costa reconheceu que o contexto pós-Covid com inflação e aumento das taxas de juro, gerou tensões sociais propícias ao crescimento do populismo, que só apresentam "soluções fáceis à base de palavras".
No entanto, expressou confiança de que o crescimento da extrema-direita diminuirá à medida que as eleições se aproximam, descartando a possibilidade de Portugal depender do voto da extrema-direita para formar governo.
"É verdade que o populismo cresceu, mas a minha convicção é que, à medida que nos aproximamos das eleições, esse crescimento diminuirá", afirmou o primeiro-ministro.
Já quando questionado sobre a possibilidade de um acordo entre PS e PSD, António Costa recordou que isso só aconteceu uma vez, em 1983, referindo que não acredita que neste momento seja isso seja uma opção.
Em relação à política europeia, o primeiro-ministro destacou a importância de uma Europa forte, incluindo a defesa, diante dos desafios geopolíticos, mencionando como preocupação com o possível retorno de Donald Trump à presidência dos Estados Unidos.
"Todos nós estamos agora preocupados com o risco do regresso do candidato de Putin à presidência dos Estados Unidos", disse. "Isso seria trágico para o mundo, mas isso mostra que temos de ter uma Europa forte."
Quanto à sua disponibilidade para assumir um cargo europeu, o primeiro-ministro preferiu não especular sobre esse futuro, enfatizando a necessidade de uma maioria clara de apoio ao projeto europeu nas próximas eleições.
"A minha vida não depende só de mim", admite. "O mais importante é que em junho [eleições europeias] haja uma maioria clara de apoio ao projeto europeu. Estamos perante desafios muito grandes."
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