A diploma alertou que "quando a esquerda se desuniu abriu o caminho às forças mais prejudiciais ao reforço da democracia", não apenas em Portugal.
A candidata presidencial Ana Gomes alertou hoje que quando a esquerda se desuniu "abriu caminho a forças prejudiciais à democracia", mas disse confiar que os portugueses no dia 24 mostrarão que os que querem regressar à ditadura "não passarão".
No final de uma visita às instalações do INEM em Coimbra, Ana Gomes foi questionado sobre os apelos à convergência das candidaturas presidenciais à esquerda, nomeadamente sobre o artigo de sexta-feira do seu apoiante Rui Tavares, que alerta que, com a diversidade de candidaturas à esquerda, o país "arrisca ter a extrema-direita em segundo lugar".
"Eu trabalho e sempre trabalharei não apenas na convergência à esquerda, mas de todo o campo democrático (...) sou pela convergência do campo democrático, do campo da transparência, da boa governação, da prestação de contas aos cidadãos e, naturalmente, isso impõe particulares responsabilidades para a esquerda", defendeu Ana Gomes, sem responder diretamente.
A diploma e antiga eurodeputada do PS alertou que "quando a esquerda se desuniu abriu o caminho às forças mais prejudiciais ao reforço da democracia", não apenas em Portugal.
"Temos de ter memória, importa ter memória, a democracia não pode ser tolerante com os intolerantes", avisou.
Questionada se teme que, sem essa convergência, possa ficar atrás de André Ventura, Ana Gomes disse confinar "nas portuguesas e nos portugueses".
"Eles sabem bem o que custou lutar pela liberdade e democracia, confio que no dia 24 saberão bem, através do seu voto, mostrar que as forças que nos querem fazer voltar à ditadura não passarão e aqueles que fazem o jogo dessas forças normalizando essas forças também não terão apoio do povo português", disse.
Na sexta-feira, na sua conta de Twitter, Ana Gomes respondeu a uma publicação de Rui Tavares, escrevendo: "Como já expliquei, não será nunca por mim que a esquerda não converge antes das eleições".
As eleições presidenciais realizam-se em plena epidemia de covid-19 em Portugal em 24 de janeiro, a 10.ª vez que os cidadãos portugueses escolhem o chefe de Estado em democracia, desde 1976. A campanha eleitoral começou no dia 10 e termina em 22 de janeiro.
Há sete candidatos: o incumbente Marcelo Rebelo de Sousa (apoiado oficialmente por PSD e CDS-PP), a diplomata e ex-eurodeputada do PS Ana Gomes (PAN e Livre), o deputado único do Chega, André Ventura, o eurodeputado e dirigente comunista, João Ferreira (PCP e "Os Verdes"), a eurodeputada e dirigente do BE, Marisa Matias, o fundador da Iniciativa Liberal Tiago Mayan e o calceteiro e ex-autarca socialista Vitorino Silva (presidente do RIR - Reagir, Incluir, Reciclar).
Ana Gomes alerta que quando esquerda se desuniu "abriu caminho a forças prejudiciais"
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