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Almaraz: PEV quer assinaturas para postais a pedir fim de central

06 de março de 2017 às 16:04
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Os destinatários são Costa e Rajoy. A campanha vai decorrer na quinta-feira nos distritos de Castelo Branco, Portalegre, Santarém, Lisboa e Setúbal

O Partido Ecologista os Verdes vai lançar uma campanha visando encerrar a central nuclear de Almaraz, em Espanha, e pede aos portugueses que assinem um "postal" a enviar aos responsáveis dos governos dos dois países.

A iniciativa pretende "dar oportunidade aos portugueses, nomeadamente à população que, em caso de acidente, seria a mais atingida", de afirmar "a sua vontade de que a central nuclear de Almaraz seja encerrada, subscrevendo um apelo nesse sentido", explica uma informação hoje divulgada pelo PEV.

A campanha vai decorrer na quinta-feira nos distritos de Castelo Branco, Portalegre, Santarém, Lisboa e Setúbal (Almada), quando é lançada a recolha de assinaturas.

Os portugueses são chamados a assinar dois documentos em forma de postal, um deles endereçado ao primeiro-ministro português, António Costa, e o outro ao presidente do Governo de Espanha, Mariano Rajoy, a apelar ao encerramento da central.

"Considero que a central nuclear de Almaraz é um perigo à nossa porta e uma ameaça para a nossa segurança. Apelo ao Governo a agir, por todos os meios políticos e diplomáticos, para o seu rápido encerramento. A nossa segurança e a preservação dos nossos recursos para as gerações vindouras assim o exigem", refere o apelo a António Costa.

A mensagem do postal a enviar para Madrid é ligeiramente diferente: "Considero que o Governo espanhol, em respeito pelo legítimo direito à segurança do povo português e pela preservação dos nossos recursos para as gerações vindouras, deve iniciar o mais rapidamente possível o encerramento da central nuclear de Almaraz. A cooperação e boa vizinhança entre os nossos povos assim o exigem".

A construção de um armazém de resíduos nucleares na central de Almaraz, a 100 quilómetros da fronteira portuguesa, e a falta de informação sobre o projecto levou Portugal a apresentar uma queixa na Comissão Europeia, depois retirada, com a promessa de Espanha fornecer os dados pedidos, nos próximos dois meses.

Se os resultados deste trabalho forem "inconclusivos", Portugal poderá voltar a apresentar queixa na Comissão Europeia.

Na semana passada, 16 técnicos de Portugal, três dos quais de entidades independentes e os restantes da administração pública, nomeadamente da Agência Portuguesa do Ambiente (APA) e da Direcção-Geral da Saúde, visitaram a central de Almaraz e estão a preparar um relatório sobre a instalação.

Vários sectores da sociedade, como ambientalistas e partidos políticos, receiam que a construção do armazém signifique que Espanha se prepara para autorizar o prolongamento do funcionamento da central nuclear além dos 40 anos, quando deveria terminar em 2020.

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