Sábado – Pense por si

Alexandra Leitão pede "serenidade" na resposta à posição de Pedro Nuno Santos sobre a imigração

A líder parlamentar do PS e candidata à Câmara de Lisboa defendeu a frase polémica do secretário-geral socialista, pedindo que o debate se faça "com base em dados e em estudos científicos e menos feitos com base em polarização e extremismos".

Numa entrevista ao jornal Expresso, o secretário-geral do Partido Socialista (PS), Pedro Nuno Santos, referiu que os imigrantes que pretendem vir trabalhar e viver para Portugal, têm de entender que "há uma partilha de um modo de vida, uma cultura que deve ser respeitada". Exemplificando com a igualdade entre homem e mulher e o respeito pelas mulheres, que considera ser "fundamental na sociedade contemporânea e deve ser um valor partilhado por todas as pessoas" que pretendem vir para o País.

António Pedro Santos/LUSA

A frase foi criticada por várias figuras, incluindo por alguns dos seus colegas socialistas que se quiseram desmarcar da declaração. Ana Catarina Mendes, a eurodeputada, disse ao Observador que via "com pena" uma "aproximação ao discurso da direita e da extrema-direita". José Luís Carneiro, deputado e antigo ministro da Administração Interna, disse à Renascença que considerava que a declaração do secretário-geral "assenta em fundamentos e pressupostos que conduzem a ilações erradas" e alertou que "todas as medidas de repressão da imigração fazem crescer as redes criminais ligadas à imigração".

No entanto, a líder parlamentar e braço direito de Pedro Nuno, Alexandra Leitão, deu uma resposta diferente. No programa da CNN, O Princípio da Incerteza, criticou a "enorme polarização" que se encontra em redor do tema da imigração, quer "na sociedade" como "nas diversas forças políticas". 

Quanto à expressão do líder socialista referente ao respeito pela cultura portuguesa, a dirigente referiu-se ao artigo 15 da Constituição que consagra direitos e deveres iguais aos imigrantes. "Quando se fala em cultura, de uma forma mais genérica, sem depois haver uma densificação com exemplos, pode haver quem entenda que se está a abrir a porta a um conjunto de coisas que podem ser discutíveis", acrescentando que "é um assunto que deve ser discutido com cuidado para não sairmos nos simplismos e nos populismos". 

Em conversa com Ricardo Araújo Pereira, ontem no programa Isto é a gozar com quem trabalha, Alexandra Leitão apelou a que os debates sobre a imigração e sobre outras temáticas fossem feitos "com base em informações, em dados e em estudos científicos e menos feitos com base em polarização e extremismos". Para a dirigente é importante que haja "mais serenidade e construtividade neste debate" de forma a que não se assista "a coisas verdadeiramente indignas como ver brasileiros deportados dos Estados Unidos algemados de mãos e pés".

Artigos Relacionados
Descubra as
Edições do Dia
Publicamos para si, em três periodos distintos do dia, o melhor da atualidade nacional e internacional. Os artigos das Edições do Dia estão ordenados cronologicamente aqui , para que não perca nada do melhor que a SÁBADO prepara para si. Pode também navegar nas edições anteriores, do dia ou da semana.
Boas leituras!

As 10 lições de Zaluzhny (I)

O poder não se mede em tanques ou mísseis: mede-se em espírito. A reflexão, com a assinatura do general Zaluzhny, tem uma conclusão tremenda: se a paz falhar, apenas aqueles que aprendem rápido sobreviverão. Nós, europeus aliados da Ucrânia, temos de nos apressar: só com um novo plano de mobilidade militar conseguiríamos responder em tempo eficaz a um cenário de uma confrontação direta com a Rússia.

Cuidados intensivos

Loucuras de Verão

Até porque os primeiros impulsos enganam. Que o diga o New York Times, obrigado a fazer uma correcção à foto de uma criança subnutrida nos braços da sua mãe. O nome é Mohammed Zakaria al-Mutawaq e, segundo a errata do jornal, nasceu com problemas neurológicos e musculares.