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Aldeias evacuadas e fogo descontrolado em Silves e Monchique

08 de agosto de 2018 às 21:26
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Ao sexto dia de incêndio, a situação não parece melhorar. Mais de mil operacionais estão no terreno e a GNR já algemou pessoas que se recusaram a sair.

Ao sexto dia de incêndio em Monchique, algumas aldeias do concelho de Silves estavam a ser evacuadas. As autoridades estão a retirar os habitantes de Enxerim, a 700 metros da rotunda principal da vila de Silves, e Pedreira. Cerca das 21h23, a aldeia da Cumeada teve o fogo muito perto das casas. A GNR esteve no local. 

A GNR está a conduzir as evacuações. Em Monchique, onde o fogo ainda lavra, o vereador da Câmara Municipal de Monchique José Chaparro deixou várias críticas à forma como está a ser coordenada a operação de combate às chamas na vila algarvia.

Esta tarde, a Protecção Civil emitiu um aviso dirigido aos habitantes que se encontram entre Silves e São Bartolomeu de Messines e a sul de São Marcos da Serra para se manterem em zonas seguras, devido à complexidade do incêndio na zona.

Num alerta enviado à agência Lusa, a autoridade nacional indica que o fogo que lavra no concelho de Silves, no distrito de Faro, está numa "fase muito complexa" e alerta para o impacto do fumo que alastra na região.

"A Protecção Civil pede às pessoas que mantenham a calma, sigam as indicações das autoridades, fechem janelas e portas e se mantenham em zonas seguras. Este pedido fica a dever-se ao fumo intenso que se faz sentir no local", indica.

Às 19h11 desta quarta-feira, encontram-se 1454 operacionais, auxiliados por 453 meios terrestres e 15 meios aéreos, segundo indica o site da Protecção Civil. Este incêndio que deflagrou no dia 3 de Agosto já fez 32 feridos, entre eles um grave.

Durante o briefing das autoridades acerca do incêndio de Monchique, o presidente do Instituto Português do Mar e da Atmosfera avisou que hoje ainda vai ser um dia "extremamente difícil na zona de Monchique" em termos meteorológicos, tendo a expectativa que "a situação muito má" melhore nos próximos dias.

Jorge Miranda foi um dos intervenientes no balanço que hoje decorreu na Autoridade Nacional de Protecção Civil, em Lisboa, a propósito do balanço sobre a onda de calor que assolou Portugal.

"Apraz-nos negativamente registar que hoje ainda vai ser um dia extremamente difícil na zona de Monchique", disse, em relação às previsões meteorológicas.

De acordo com o presidente do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), "os próximos dias darão eventualmente alguma melhoria" e do ponto de vista do índice relativo à previsão sobre a evolução de um incêndio, espera-se que a "situação muito má" que hoje se vive melhore nos dias que aí vêm".

Centro de recuperação do lince-ibérico evacuado

Os 29 linces que se encontravam no Centro Nacional de Reprodução do Lince Ibérico (CNRLI) em Silves, no distrito de Faro, foram hoje retirados por prevenção, devido ao incêndio que deflagrou em Monchique, e deslocados para instalações em Espanha.

A decisão do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) constitui "uma medida preventiva já prevista no plano de contingência, activado desde domingo", pelo que, desde essa altura, estavam no local todos os meios humanos e materiais para defesa e evacuação do CNRLI.

"Os animais serão deslocados para instalações dos parceiros espanhóis, que já colocaram à disposição de Portugal todo o apoio necessário", avançou o gabinete do ministro do Ambiente, em comunicado, acrescentando que a acompanhar os linces estão "técnicos do CNRLI e do ICNF, bem como a equipa de gestão do Centro, constituída por veterinários, tratadores e outros técnicos especializados".

A Ordem dos Médicos Veterinários divulgou hoje os pontos de apoio aos animais vítimas do fogo.

Em comunicado, a Ordem informa que os serviços regionais da Direção Geral de Alimentação e Veterinária, no edifício DRAPAL, no Patacão, em Faro, e os serviços médico-veterinários de Portimão, na Estrada do Poço Seco, estão disponíveis para entrega de material.

Questionada pela Lusa, fonte da Ordem dos Médicos Veterinários indicou que podem ser entregues analgésicos e anestésicos, agulhas e seringas, compressas, alimentos, baldes e alguidares, entre outros.

A mesma fonte acrescentou que estes locais "estão preparados para apoiar qualquer necessidade médico-veterinária".

A nota avança ainda que foi criado o e-mail monchique@dgav.pt, "para onde devem contactar aqueles que pretendam dar o seu contributo ou indicar-se disponíveis".

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