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Advogado diz que Justiça quis "humilhar" Salgado

Diogo Barreto
Diogo Barreto 15 de outubro de 2024 às 10:54
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O ex-presidente do BES foi o primeiro a ser identificado no julgamento, tendo depois seguido para casa.

O advogado Francisco Proença de Carvalho diz que tentou impedir que o seu cliente tivesse de se apresentar em tribunal para se identificar e acusou a Justiça de "humilhar" o seu arguidono primeiro dia de julgamento do caso BES/GES.

EPA/ANDRE KOSTERS

"Abriu-se uma página negra na justiça portuguesa, porque isto não é só um caso que interessa a Portugal. Sabemos como é que este tipo de casos e este tipo de pessoas são tratadas no mundo civilizado e, pelos vistos, pelos vistos Portugal não está no mundo civilizado como eu achava que estava", afirmou ainda Francisco Proença de Carvalho, à saída do tribunal.

Ricardo Salgado foi o primeiro a ser identificado.

O antigo presidente do BES, que veio acompanhado pela mulher devido ao seu diagnóstico de doença de Alzheimer, respondeu à juíza Helena Susano, referindo o seu nome completo e a sua ex-profissão, mas não se lembrou do nome da mãe ou do local onde vivia. Também não conseguiu responder quando a juíza questionou se desejava estar naquela sala.

O principal arguido do caso BES/GES, de 80 anos, foi confrontado diretamente por um lesado da falência do banco. Chegando ao Campus de Justiça, em Lisboa, pelas 9h20, dez minutos antes da hora marcada para o início do julgamento, foi interpelado por Jorge Novo, lesado do BES, que disse que ex-banqueiro "tinha capacidade para resolver a problema dos lesados".

"O seu primo [José Maria] Ricciardi testemunhou aqui na porta, dizendo que foi feita uma provisão. O senhor [Ricardo Salgado] mandou-nos um documento escrito de que deixou uma provisão. Onde está a provisão do Novo Banco? Onde está a provisão? Estou sem o meu dinheiro. Exijo a provisão que é dos lesados. Respeito", disse de forma exaltada.

Pedindo responsabilidades, o comerciante que perdeu mais de 100 mil euros afirmou, no entanto, que Ricardo Salgado "merecia respeito", pedindo responsabilidades ao Banco de Portugal, instituição reguladora.

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