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MP pediu libertação de suspeitos de incendiar autocarro em tumultos após morte de Odair

Questionada sobre os motivos que levaram ao pedido de libertação pelo MP, a PGR adiantou que o inquérito se encontra em investigação, "sujeito a segredo de justiça".

Os dois detidos em prisão preventiva por suspeitas de incendiarem um autocarro nos tumultos após a morte de Odair Moniz foram libertados a pedido do Ministério Público, que mantém o caso em segredo de justiça e em investigação.

autocarro a arder no bairro do Zambujal
autocarro a arder no bairro do Zambujal

Segundo informou à Lusa a comarca de Lisboa Norte, os dois suspeitos que se encontravam detidos cessaram a prisão preventiva num caso a 18 de março e noutro a 26 de maio, tendo um dos arguidos ficado sujeito a termo de identidade e residência (TIR) e proibição de contactos com os restantes arguidos e o outro apenas sujeito a TIR.

"Os arguidos foram restituídos à liberdade pelo juiz de instrução, na sequência de promoção do Ministério Público" (MP), adiantou a comarca de Lisboa Norte, sobre o fim da medida de coação de prisão preventiva, como noticiou hoje o Expresso.

Já a Procuradoria-Geral da República (PGR), questionada sobre os motivos que levaram ao pedido de libertação pelo MP adiantou apenas que o inquérito se encontra em investigação, "sujeito a segredo de justiça" e "não tem arguidos presos".

Os dois arguidos libertados estavam em prisão preventiva desde 28 de novembro, tendo um terceiro detido pelos mesmos indícios sido libertado nessa altura pelo juiz de instrução do Tribunal de Loures, após o MP o ter constituído arguido apenas por suspeitas de tráfico de droga.

Os dois jovens estavam indiciados pelos crimes de homicídio qualificado na forma tentada, incêndio e dano.

Foram detidos por suspeita de provocarem o incêndio num autocarro em Santo António do Cavaleiros, Loures, que em outubro de 2024 feriu gravemente o motorista, deixando-o com sequelas permanentes.

O incidente ocorreu no decurso dos motins que se seguiram à morte de Odair Moniz.

Durante várias noites registaram-se tumultos em vários bairros da Grande Lisboa após a morte do cidadão cabo-verdiano Odair Moniz, de 43 anos e morador no Bairro do Zambujal, na Amadora, ter sido baleado por um agente da PSP na madrugada de 21 de outubro, no Bairro da Cova da Moura, no mesmo concelho, tendo morrido pouco depois.

Durante os tumultos foram incendiados mais autocarros, dezenas de automóveis e contentores do lixo, mas o ataque que deixou em estado grave o motorista é o mais grave em investigação.

Em maio, a PGR confirmou que os inquéritos abertos aos tumultos tinham até ao momento dado origem a cinco acusações, sem precisar a que casos se referiam.

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