Mãe das gémeas luso-brasileiras pediu ajuda “de maneira indireta”
Daniela Martins não consegue confirmar de onde foram enviados os emails de pedido de ajuda às suas filhas.
A mãe das gémeas luso-brasileiras, Daniela Martins, diz ter pedido ajuda para as filhas de maneira indirecta. Em entrevista à RTP1, admitiu que a consulta não a surpreendeu, "porque foi resultado de todos esses pedidos", tendo também várias pessoas a ajudá-la a acelerar processo para as filhas receberem o tratamento. "Foram mandados pela minha prima, por pessoas que vivem em Portugal, a tentar descobrir o caminho que tinha de ser seguido. Tenho emails aos médicos, disponibilizei todos esses emails com pedidos e chegou a pessoas que não tenho controlo", refere Daniela Martins.
No próprio Hospital admite que "tinha a impressão como era falado nos corredores do Santa Maria que eu tive alguma ajuda, ouvia essa conversa lá, eu tive a impressão que pudessem ter feito alguma requisição".
Sobre o facto de passarem à frente na lista de espera, a mãe das gémeas refere que "não é verdade." "Quando chegamos a Portugal tinham uma criança que já tinha sido feito o pedido, fez a toma da medicação em fevereiro, não tinha nenhuma criança à espera do Zolgensma quando chegámos, não existe o passar à frente, nunca aconteceu."
Daniela Martins também mencionou o facto de que foi a própria médica que lhe disse que as suas filhas iriam receber o Zolgensma. "As meninas tinham critérios para tomar a medicação, estavam dentro do peso, estavam dentro da idade, todos os critérios foram obedecidos como as outras crianças."
Quando lhe questionado se conhecia o filho do Presidente da República conta que "não conheço o Nuno, provavelmente ele soube através de algum amigo, ou através do Instagram". Daniela admite que não consegue confirmar de onde foram enviados os emails de pedido de ajuda às suas filhas.
O caso das gémeas luso-brasileiras, que adquiriram nacionalidade portuguesa em 14 dias e vieram para Portugal em 2019 para receber tratamento Zolgensma para atrofia muscular espinal, do valor de 4 milhões de euros, está ser investigado pela Procuradoria-Geral da República e pela Inspeção-Geral das Atividades em Saúde, e foi objeto de uma auditoria interna no Hospital de Santa Maria.
Marcelo Rebelo de Sousa, que confirmou que o filho o contactou sobre a necessidade de tratamento das crianças, negou ter qualquer intervenção no caso.
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