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Elevador da Glória já tinha descarrilado em 2018 e acidente não foi comunicado

Luana Augusto 04 de setembro de 2025 às 08:24

"Anomalia técnica" terá estado na causa do acidente, mas as rodas dos vagões apresentavam sinais de desgaste. Na altura, a APAC alertou: "Desta vez não houve consequências. Da próxima poderá não ser assim."

Era 7 de maio de 2018 quando um dos veículos do Elevador da Glória descarrilou: saiu dos carris e ficou assente nas pedras da calçada. Contudo, ao contrário do que se, a carruagem não tombou e não houve vítimas a lamentar.
Acidente no elevador da Glória, Lisboa, faz vítimas; bombeiros e equipas de emergência no local Sérgio Lemos/MediaLivre
Segundo uma , datada do mesmo ano, este acidente nunca chegou a ser reportado pela empresa responsável, mas o episódio fez com que o elevador ficasse inoperacional durante cerca de um mês. Na altura, a empresa responsável não explicou o que esteve na origem deste episódio, mas Inês Andrade, da Carris, reportou à revista Time Out que em causa poderia ter estado uma "anomalia técnica". Inês Andrade chegou a garantir que os veículos voltariam a circular a 11 de junho "em perfeitas condições de segurança e funcionalmente para os próximos dois anos", mas ainda assim António Carloto, membro da APAC (Associação Portuguesa dos Amigos dos Caminhos de Ferro), deixou um alerta: "Descarrilou e desta vez não houve consequências. Da próxima poderá não ser assim. É claro que houve aqui incúria". Os sinais de falta de manutenção à altura eram evidentes. As rodas dos vagões estavam desgastadas e foi este desgaste que terá levado a que os rodados do ascensor se soltassem para fora dos carris, segundo o Público. A partir daí, a Carris decidiu passar a antecipar a manutenção do elevador.
Segundo informou na quarta-feira o presidente da Carris, Pedro de Brito Bogas, a última manutenção geral dos elétricos havia sido  em 2022 e a reparação intercalar em 2024. A manutenção geral por norma ocorre de quatro em quatro anos e a intercalar de dois em dois, explicou. Ao mesmo tempo, adiantou que há 14 anos que a mesma é assegurada por uma empresa externa. Na quarta-feira, um dos veículos do Elevador da Glória voltou a descarrilar e a origem do acidente terá estado na , apesar de as autoridades ainda estarem a investigar o caso. O provocou 15 mortos e um novo balanço da PJ desta quinta-feira apontou que o número de feridos , encontrando-se em vários hospitais de Lisboa, nomeadamente no São José e no Santa Maria. O cenário levou também o presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Carlos Moedas, a ordenar temporariamente a da cidade, nos quais se incluem os da Bica e Lavra e do Funicular da Graça. Há ordem para serem realizadas vistorias técnicas a todos estes equipamentos.
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