Ataque no Centro Ismaelita está a ser investigado como "terrorista"
Hugo Costeira, vice-presidente do Observatório de Segurança Interna, diz à SÁBADO que ataque à faca no Centro Ismaelita perpetrado por cidadão afegão não deve visto como "uma guerra entre sunitas e xiitas".
A nacionalidade do homem que, esta terça-feira, matou duas pessoas à facada no Centro Ismaili em Lisboa é a primeira pista para entender as motivações deste ataque. Hugo Costeira, presidente do Observatório de Segurança Interna, explica àSÁBADOque "o facto de se tratar de um cidadão afegão faz apontar para um atentado motivado por uma guerra entre sunitas e xiitas, mas frisa que não faz sentido fazer essa leitura".
"Este ataque terá uma motivação terrorista", reage o especialista em Segurança, notando que o cidadão afegão, que foi atingido a tiro numa perna pela PSP, será muçulmano sunita enquanto os alvos, membros da comunidade ismaelita, são xiitas.
Apesar deste enquadramento, Hugo Costeira diz não ter conhecimento de que houvesse um alerta especial em relação a estas duas comunidades em território português ou sequer que o autor deste ataque estivesse já sob a monitorização dos serviços de informações.
A investigação, explica Costeira, será agora conduzida pela PJ, não só por estarem em causa dois crimes de homicídio, mas também pela possibilidade de uma acusação pelo crime de terrorismo.
A PJ deverá, contudo, contar com a colaboração dos serviços de informações e do SEF para reconstituir o percurso deste cidadão afegão desde a sua entrada em território nacional. "Não sabemos se tem algum tipo de apoio, se tem uma célula", nota Hugo Costeira, que descreve o ataque desta manhã como o de um "lobo solitário", mas frisa a importância de entender as redes pelas quais se movia este suspeito e as suas motivações.
TEXTO CORRIGIDO ÀS 16H26 com clarificação sobre as declarações de Hugo Costeira
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