Alexandra Reis já devolveu 266,4 mil euros à TAP
A ex-gestora recorda em comunicado que o assunto só ficou ressolvido "após quase três meses à espera de que a TAP indicasse o valor a devolver".
A ex-administradora da TAP Alexandra Reis anunciou a devolução de 266.412,76 euros à empresa. Este é um valor que corresponde a mais de metade dos 500 mil euros brutos que lhe tinham sido atribuídos quando saiu da empresa, em fevereiro de 2022.
Em termos de valores líquidos, o montante agora devolvido é quase correspondente ao que recebeu. Alexandra Reis avançou que devolveu o valor indicado pela TAP e recorda que esta devolução ocorre "após quase três meses à espera de que a TAP me indicasse o valor a devolver".
Em comunicado, a gestora reforça ainda que "não se revê no montante" devolvido, nem o entende "uma vez que o mesmo não foi detalhado, nem fundamentado pela empresa".
O valor calculado pela TAP deveria ter em conta o valor retido a título de IRS e o número de dias de férias por gozar, uma vez que a Inspeção-Geral das Finanças (IGF) declarou que estes dias não foram contabilizados corretamente no momento da primeira indemnização. Ora uma vez que Alexandra Reis devolveu agora praticamente todo o valor líquido recebido, não foram considerados os dias de férias.
Ainda assim, a gestora garante: "Não quero ter na minha posse um euro sobre o qual possa existir a mínima suspeita. Aceitei sair da TAP de boa-fé, empresa à qual me entreguei com todo o meu compromisso e dedicação na defesa dos seus interesses, num contexto extremamente difícil".
Com o fechar deste caso, Alexandra Reis partilha que pretende "enfrentar os desafios que o futuro me traga sem que haja qualquer dúvida sobre a minha idoneidade e atuação enquanto fui administradora da TAP". A gestora está neste momento a colaborar com o grupo Barraqueiro.
Alexandra Reis foi afastada do cargo de secretária de Estado do Tesouro no final de 2022 após o Correio da Manhãavançar que a gestora teria recebido uma indemnização de 500 mil euros para sair da TAP. O ministro Pedro Nuno Santos e o secretário de Estado das Infraestruturas Hugo Mendes acabaram por também ser demitidos na sequência deste caso uma vez que deram o aval para o pagamento da indemnização.
Na administração da TAP, o caso levou ao despedimento de Christine Ourmières-Widener, presidente executiva da companhia aérea por ter conduzido as negociações, e dochairmanManuel Beja, por ter validado os termos do acordo.
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