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O populismo, os extremismos e a polarização estão a criar uma panela de pressão na política, que pode explodir a qualquer momento.
Vivemos num mundo significativamente polarizado. O Fórum Económico Mundial, no Relatório de Riscos Globais 2024, considerou a polarização da sociedade e o risco de erosão da coesão social no pódio das ameaças globais a curto prazo. Olhando as ameaças a 10 anos, a polarização social aparece no top 10, sem sinais de desaparecimento.
O populismo, os extremismos e a polarização estão a criar uma panela de pressão na política, que pode explodir a qualquer momento. Um alerta para esta situação foi o ataque vil contra o Primeiro-Ministro eslovaco Robert Fico. Não podemos desconsiderar o contexto em que decorre este atentado, com as posições polémicas de Fico sobre a Rússia, assim como o passado recente da Eslováquia, com o assassinato do jornalista Ján Kuciak,que investigava corrupção ao mais alto nível.
Este episódio não ocorre de forma isolada e surge no seguimento de uma série de agressões físicas violentas a políticos por toda a Europa, como na Alemanha. Estas ameaças à vida humana e à estabilidade dos países são antecedidas de violência verbal e do aumento de níveis de confronto entre posições opostas, com arrogância, sem filtros e sem pudor, exacerbando tensões e erguendo-se barreiras ao diálogo. Fica aberto o caminho para qualquer ato de violência.
A violência contribui para um círculo vicioso de polarização. A agressividade no discurso conduz a atos de violência, que por sua vez reforçam a perceção de que o outro lado é uma ameaça. Os extremistas não vêm os outros políticos como oponentes, mas como inimigos a serem destruídos e derrubados. Isto aumenta o clima de medo, mina a confiança nas instituições democráticas e torna impraticável um ambiente de compromissos conjuntos e de cooperação. As vozes dos moderados são abafadas pela gritaria dos extremos. Tal conduz a uma incapacidade de se realizarem reformas estruturais, sem pontos de encontro num chão comum, e com os populistas centrando-se em ganhos políticos no imediato. A política transforma-se num campo de batalha para a aniquilação do outro, ao invés de cumprir a missão de servir as pessoas, resolvendo os seus problemas com ação e concretização de soluções. Compromete-se, assim, a estabilidade política e a paz social e corrói-se a nossa democracia.
As redes sociais vieram ajudar a radicalizar a sociedade e a dividi-la em dois grupos: as pessoas que pensam igual a "mim" e os outros. Os radicais promovem o fechamento e o pensamento em bolha, unindo pessoas para a vida toda, numa sensação de segurança e pertença, nas mesmas crenças, nos mesmos pensamentos e nos mesmos discursos. Passam a rejeitar o que é diferente e não ficam dispostas a mudar de ideias. Deixa de ser importante o que é dito, mas quem diz, porque se foi alguém do "meu" grupo que disse, defendo sem questionar, porém, se for do lado oposto, rebato sem pensar. Torna-se difícil aceitar os factos, confundindo-se a verdade com a mentira, e facilita-se a reprodução de preconceitos e da discriminação, do ódio e da intolerância, dos insultos e da retórica inflamável.
O clima de divisão consegue, ainda, reduzir a sociedade noutros dois grupos: os políticos e o povo, em que os políticos são uma classe homogénea carregada de defeitos - "são todos iguais". O modelo apresentado pelos populistas é simples: há um inimigo a derrotar, o povo que tem de ser salvo e um líder (debaixo de um manto autoritário) capaz de o fazer. O que os populistas radicais ignoram é que os políticos são também eles o povo. Não há nós e eles, porque os nossos corações aceleram tanto quando conquistamos em conjunto e apertam tanto quando falhamos coletivamente.
A polarização marca uma direção, mas não tem de ser o destino. A dinâmica de uns contra os outros não pode dominar. Embora a responsabilidade em mitigar a crescente polarização seja associada aos políticos e aos partidos, eu acredito também que cada cidadão tem um papel a desempenhar na abertura à diferença e na promoção do diálogo, da tolerância e do respeito mútuo, essenciais numa democracia saudável. Estas são as únicas saídas para este desafio, que tem tanto de esforço individual como de empenho comum.
Acredito que a hipnocracia, ao criar imaginários coletivos, pode beneficiar ou boicotar uma governação e influenciar eleições, sempre com consequências destrutivas para as instituições democráticas.
A imigração é uma das áreas que mais preocupação e polarização ocupa no debate público e político, sendo instrumentalizada pelos extremos à direita e à esquerda, por quem quer culpar os imigrantes por tudo e por quem quer ignorar que os imigrantes têm direitos e deveres.
Os centros públicos de Procriação Medicamente Assistida são 10, um número inferior aos 18 centros privados, e a resposta pública é inexistente no Alentejo e no Algarve.
O relatório "O consumidor de comunicações eletrónicas" da ANACOM mostra que 20% dos portugueses entre os 55 e os 64 anos nunca acedeu à internet e que o valor ascende aos 42% entre os 65 e os 74 anos, enquanto a média europeia é de 8% e 22%, respetivamente.
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Brigitte e Emmanuel nada têm a ganhar com este processo que empestará ainda mais a atmosfera tóxica que rodeia o presidente, condenado às agruras políticas de um deplorável fim de mandato
Esta ignorância velha e arrastada é o estado a que chegámos, mas agora encontrou um escape. É preciso que a concorrência comece a saber mais qualquer coisa, ou acabamos todos cidadãos perdidos num qualquer festival de hambúrgueres