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Venezuela realiza marchas marítimas de pescadores em resposta à mobilização dos EUA

“Marchas marítimas” vão decorrer nos estados de Anzoátegui, La Guaira, Miranda, Falcón, Nueva Esparta, Zulia, Aragua e Sucre.

A Venezuela vai realizar seis “marchas marítimas” de pescadores, em resposta à mobilização de Estados Unidos, país que enviou navios de guerra e militares para as Caraíbas, citando a luta contra os cartéis de drogas da América Latina.

Manifestantes protestam em marcha marítima na Venezuela
Manifestantes protestam em marcha marítima na Venezuela AP Photo/Fernando Llano

O anúncio foi feito pelo ministro de Pesca e Aquicultura, Juan Carlos Loyo, precisando que as “marchas marítimas” vão decorrer ainda no dia de sábado nos estados venezuelanos de Anzoátegui, La Guaira, Miranda, Falcón, Nueva Esparta, Zulia, Aragua e Sucre.

“São homens e mulheres [pescadores] que se dedicam às suas tarefas diárias, mas que estão dispostos a organizar-se e integrar-se na união cívico-militar-policial para se tornarem defensores do Mar do Caribe, que hoje está ameaçado”, disse o ministro à televisão estatal venezuelana.

Juan Carlos Loyo explicou ainda que se trata de pescadores “alistados na Milícia Pesqueira” e é uma “jornada histórica” de defesa da soberania da Venezuela.

“São homens e mulheres do mar, organizados com disciplina e compromisso, para se tornarem as primeiras sentinelas da pátria face ao destacamento militar dos Estados Unidos nas Caraíbas”, frisou.

O ministro frisou ainda que os pescadores venezuelanos “levantam a sua voz e presença ativa na defesa do país”, uma ação à qual se unirão vários países, “condenando as ações do imperialismo norte-americano”.

“Que ninguém se engane com este apelo à paz. Estamos preparados para defender a nossa soberania com dignidade e firmeza”, disse.

As tensões entre a Venezuela e os Estados Unidos aumentaram em agosto, depois de o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ter ordenado o envio de navios de guerra para as Caraíbas, para águas internacionais próximas do país sul-americano, citando a luta contra os cartéis de droga da América Latina.

Na semana passada, Trump anunciou que os Estados Unidos tinham atacado um "barco que transportava droga", matando 11 "narcoterroristas", dizendo tratar-se de membros do Tren de Aragua, um cartel venezuelano estabelecido em vários países e classificado como organização terrorista pelo Presidente norte-americano.

Os Estados Unidos acusam o Presidente venezuelano, Nicolás Maduro, de liderar o Cartel dos Sois, de tráfico de droga e recentemente aumentou a recompensa por informações que levem à sua captura para 50 milhões de dólares (cerca de 43 milhões de euros).

Nicolás Maduro denunciou a presença militar norte-americana junto à costa venezuelana e negou qualquer ligação com o narcotráfico.

Nas últimas semanas, Maduro apelou à população para que se aliste na milícia, um corpo altamente politizado, criado pelo falecido Presidente Hugo Chávez, assim como anunciou um plano de defesa e o envio de 25.000 membros das forças armadas para as fronteiras.

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O regresso de Ventura ao modo agressivo não é um episódio. É pensado e planeado e é o trilho de sobrevivência e eventual crescimento numa travessia que pode ser mais longa do que o antecipado. E que o desejado. Por isso, vai invocar muitos salazares até lá.