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UE anuncia plano para deixar petróleo, gás e carvão russo até 2027

Líderes europeus consideram que a União Europeia é "demasiado dependente dos combustíveis fósseis da Rússia" e prometem defender a Ucrânia, um "membro da família europeia", com um quarto pacote de sanções contra Moscovo.

Os líderes europeus avançaram esta sexta-feira para um quarto pacote de sanções contra a Rússia pela invasão da Ucrânia, que inclui uma saída e o fim da dependência da União Europeia do petróleo, gás e carvão russo até 2027. 

No dia anterior, Ursula von der Leyen já tinha levantado o véu da proposta para parar de importar combustíveis fósseis da Rússia em cinco anos, no arranque da cimeira informal do Conselho Europeu em Versailles, na França. "Dependemos demasiado dos combustíveis fósseis da Rússia", disse, explicando o plano para descontinuar de maneira faseada o petróleo, gás e carvão russo até 2027 e anunciando ainda o objetivo de "diversificar fornecedores de gás e mudar para energias renováveis". 

O presidente francês, Emmanuel Macron, anuciou ainda 500 milhões de euros adicionais à Ucrânia, considerando o país um "membro da família europeia". "Nós vamos lá estar para ajudar a Ucrânia a constuir o que a Rússia destrói", disse, considerando que "tudo está em cima" no que toca a sanções contra Moscovo.

Ursula von der Leyen
Ursula von der Leyen Reuters

No primeiro de dois dias de cimeira informal, onde estiveram os líderes dos 27 Estados-membros da União Europeia, a adesão da Ucrânia foi o principal motivo de discussões, com o compromisso de apoiar "sem demora" a integração do país. O presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, destacou um "reforço de laços" e um aprofundamento da "parceria para apoiar a Ucrânia na prossecução do caminho europeu".

No comunicado conjunto, "o Conselho Europeu reconheceu as aspirações europeias e a escolha europeia da Ucrânia", lembrando a legitimidade do pedido de Kiev "para se tornar membro da União Europeia".

"O Conselho [Europeu] agiu rapidamente e convidou a Comissão [Europeia] a apresentar o parecer sobre este pedido, em conformidade com as disposições pertinentes dos tratados. Até lá e sem demora, reforçaremos ainda mais os nossos laços e aprofundaremos a nossa parceria para apoiar a Ucrânia na prossecução do seu caminho europeu. A Ucrânia pertence à nossa família europeia", de acordo com o comunicado.

Os líderes europeus exigiram ainda "que a segurança das instalações nucleares da Ucrânia seja imediatamente assegurada com a assistência da Agência Internacional da Energia Atómica" e que "a Rússia cesse a ação militar e retire todas as forças e equipamento militar de todo o território da Ucrânia imediata e incondicionalmente, e respeite plenamente a integridade territorial, soberania e independência da Ucrânia dentro das suas fronteiras internacionalmente reconhecidas".

Por outro lado, lembraram que já adotaram "sanções significativas" contra a Rússia e que se mantêm dispostos "a avançar rapidamente com mais sanções".

Os chefes de Estado e de Governo da UE iniciaram na quinta-feira uma cimeira de dois dias originalmente consagrada à economia, mas que focada na defesa e energia, por força da ofensiva russa na Ucrânia.

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