A administração americana tem rejeitado a ideia de que os comentários de Trump foram desrespeitosos e defendeu que "o presidente realmente elogiou as habilidades linguísticas do presidente liberiano".
Na quarta-feira o presidente dos Estados Unidos almoçou na Casa Branca com cinco líderes de nações africanas e apesar de todos utilizarem fones para ouvirem as traduções das várias línguas que estavam a ser faladas Donald Trump não precisou de os usar para entender o presidente da Libéria, Joseph Boaki, uma vez que a língua oficial do país é mesmo o inglês.
No entanto parece que Donald Trump não sabia dessa informação e depois de Joseph Boaki intrevir comentou: "Que inglês bom. Onde é que aprendeu a falar tão lindamente? Onde é que fez a sua formação? Onde?".
Joseph Boaki não teve logo uma resposta para dar a Trump, parece ter sido apanhado de surpresa, pelo que o presidente norte-americano continuou: "Na Libéria? Isso é muito interessante. Que belo inglês. Tenho pessoas nesta mesa que não falam nem de longe nem de perto tão bem".
U.S. President Donald Trump asked Liberian President Joseph Boakai where he learned to speak "so beautifully" during a White House meeting on Wednesday.
O momento gerou várias reações, a democrata Jasmine Crockett escreveu nas redes socias que "perguntar ao presidente da Libéria onde aprendeu inglês quando é literalmente a língua oficial é o cúmulo da ignorância": "Tenho quase a certeza de que ser descaradamente ofensivo não é a forma de conduzir a diplomacia", continuou.
Michelle Gavin, que foi responsável por ajudar Barack Obama para se preparar para reuniões com líderes africanos, referiu que as declarações de Trump foram "embaraçosas". Ainda assim não acredita que o episódio influencie as relações entre os Estados Unidos e a Libéria, mas expôs que Trump "não parece estar ciente da relação história entre os dois países": "Deu a impressão de que houve muito pouca preparação para esta reunião".
A Libéria tem laços profundos com os Estados Unidos, até porque a sua fundação enquanto país independente esteve relacionada com o movimento americano "Back to Africa" (De Volta a África) e com a Sociedade Americana de Colonização, um grupo formado em 1816 por filantropos, abolicionistas e alguns proprietários de escravos. Foram estes movimentos que levaram muitos dos negros americanos livres a regressarem a África, incluindo aos territórios que atualmente pertencem à Libéria, e alguns deles foram essenciais para a elaboração da Constituição de 1847, com bastante influência da Declaração de Independência dos Estados Unidos.
A administração americana tem rejeitado a ideia de que os comentários de Trump foram desrespeitosos e defendeu que "o presidente realmente elogiou as habilidades linguísticas do presidente liberiano". Anna Kelly, porta-voz da Casa Branca, acrescentou em comunicado: "Somente notícias falsas poderiam desmerecer tão pateticamente o sincero elogio do presidente Trump durante uma reunião que marcou um momento histórico para as relações EUA-África".
Ainda assim na Libéria parece que os comentários causaram alguma indignação. O presidente do partido liberiano da oposição, Congresso para a Mudança Democrática-Conselho dos Patriotas disse que embora seja já comum que Trump faça este tipo de comentários, o tom condescendente foi amplificado pelo facto de os líderes serem africanos, tornando-o "muito desrespeitoso": "Na verdade, isso também prova que o Ocidente não nos leva a sério como africanos".
A porta-voz do gabinete de Boakai, Kula Fofana, frisou à agência norte-americana The Associated Press que o mais importante é que os jornalistas se foquem "nas discussões substantivas da reunião".
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