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Trump nomeia conhecido influencer "macho alfa" como embaixador da Malásia

O australiano-americano chegou aos Estados Unidos em 2017 e naturalizou-se em 2021. Além de ter uma forte presença nas redes sociais escreveu também vários livros, o último conta com o prefácio assinado por Donald Trump.

A Malásia tem um novo embaixador norte-americano e o escolhido de Trump foi Nick Adams, uminfluencerconhecido pelas suas posições de direita e pelos seus comentários machistas.

O australiano-americano é um dos mais fervorosos fãs de Trump e nas redes sociais conquistou um grande público conservador com as suas opiniões de "macho alfa". As suas publicações são particularmente atraentes para um grupo de homens jovens, conhecidos como a "machoesfera" e muitos dos membros deste grupo têm o seu pensamento político alinhado com o de Donald Trump.

Num vídeo publicado nas suas redes sociais, Nick Adams agradeceu ao presidente dos Estados Unidos "pela honra de uma vida" e acrescentou: "Na sua América, todos os sonhos se tornam realidade".

A Malásia é um país de maioria muçulmana que conta com 35 milhões de habitantes, o que pode não parecer o melhor país para Nick Adams uma vez que tem um histórico de comentários islamofóbicos em que denegriu os rivais de Trump por serem supostos apoiantes do islamismo e quererem "ensinar o islamismo nas escolas". Enquanto representante do republicano na campanha para as eleições de 2024, alterou a sua conduta e começou a promover os muçulmanos que apoiavam Trump para tentar criar uma divisão na base eleitoral dos democratas.

Trump é o autor do prefácio do mais recente livro de Nick Adams, que promove a ideologia machistaAlpha King, no qual descreveu oinfluencercomo "um dos meus autores favoritos e também um dos meus palestrantes favoritos". Em 2017 Trump fez parte da promoção de outro dos seus livrosGreen Card Warrior: My Quest for Legal Immigration in an Illegals' System (Guerreiro do Green Card: A minha busca pela imigração legal num sistema de ilegais, numa tradução livre) e em 2021 Adams passou a ser um cidadão norte-americano.

Ainda antes de imigrar para os Estados Unidos, Nick Adams fez parte da política local na Austrália mas acabou por ser expulso do Partido Liberal de centro-direita por ter uma conduta "suscetível de constranger ou causar danos à reputação" do partido.

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