Sábado – Pense por si

Andreia Neto
Andreia Neto Deputada do PSD
25 de novembro de 2025 às 08:00

A saúde de uma nação

Capa da Sábado Edição 18 a 24 de novembro
Leia a revista
Em versão ePaper
Ler agora
Edição de 18 a 24 de novembro

Cuidar da saúde começa por voltar a dar ao corpo aquilo para que ele foi feito: mover-se.

Num país que enfrenta níveis históricos de sedentarismo, o desporto tornou-se uma necessidade vital. Cuidar da saúde começa por voltar a dar ao corpo aquilo para que ele foi feito: mover-se.

Portugal vive um dos momentos mais desafiantes no que toca à saúde pública. A maioria dos portugueses admite não praticar atividade física com regularidade, e as taxas de excesso de peso continuam a aumentar tanto entre adultos como entre crianças. Estas tendências mostram algo simples e preocupante: estamos a viver cada vez mais parados e isso tem consequências profundas no corpo, na mente e na sociedade.

A boa notícia é que existe um caminho. O desporto é um dos mais poderosos aliados da saúde, Não exige grandes recursos, mas exige consciência e vontade coletiva de apostar no desporto como parte da vida, e não como exceção.

Décadas de investigação confirmam aquilo que o senso comum já sabia: mover-nos cura, previne e transforma. A atividade física regular reduz o risco de doenças cardiovasculares, obesidade, diabetes tipo 2 e diversos tipos de cancro. Melhora o sono, estabiliza o humor, combate a ansiedade e aumenta a energia vital.

Para as crianças, o movimento é ainda mais determinante. Ajuda no desenvolvimento motor, fortalece a autoestima, previne o excesso de peso e melhora o rendimento escolar. Para os adultos, é um dos maiores protetores contra doenças crónicas. Para os mais velhos, é a diferença entre depender e viver de forma autónoma.

A verdade é simples: o corpo foi feito para se mexer e adoece quando não o faz.

Os números falam por si. A maioria dos portugueses refere não praticar desporto de forma regular. Um terço das crianças vive com excesso de peso ou obesidade, e quase metade da população adulta enfrenta o mesmo desafio. Esta realidade revela não apenas um problema físico, mas um padrão social instalado: vivemos demasiado tempo sentados, demasiado tempo fechados, demasiado tempo parados.

E no entanto, o potencial do desporto é extraordinário. É uma das maiores forças de transformação social: une pessoas, cria rotinas, combate desigualdades, educa para valores, fortalece comunidades e projeta o melhor do país. Não é apenas uma prática é uma ferramenta de saúde pública.

A urgência de apostar no desporto para transformar a saúde.

Se queremos um país mais saudável, não podemos continuar a tratar o desporto como acessório. É preciso dar-lhe o lugar que merece: ao centro das políticas de saúde, das estratégias de educação e das prioridades sociais.

Isto significa: valorizar o desporto nas escolas desde a infância; criar mais espaços acessíveis e seguros para a sua prática; apoiar clubes e associações que trabalham diariamente com comunidades; garantir oportunidades reais para mulheres e pessoas com deficiência; incluir o incentivo ao movimento nos cuidados de saúde; promover a atividade física ao longo de toda a vida.

O Governo de Portugal apresentou um Plano Nacional de Desenvolvimento Desportivo no último Conselho de Ministros revelador da aposta no reforço das políticas públicas ligadas ao desporto, com novas medidas orientadas para aumentar a prática ao longo da vida, modernizar instalações e garantir maior inclusão. Entre estas ações destacam-se o investimento na requalificação de instalações desportivas em todo o território, o apoio a clubes com projetos destinados a mulheres e pessoas com deficiência, a formação contínua de profissionais ligados à educação física, a avaliação regular da aptidão física nas escolas e a integração do aconselhamento para atividade física nos cuidados de saúde primários. Somam-se ainda esforços de qualificação das infraestruturas de alto rendimento e programas de apoio ao desenvolvimento desportivo. Conjuntamente, estas iniciativas mostram uma visão moderna e saudável.

Não se trata apenas de criar atletas. Trata-se de criar hábitos saudáveis, vínculos sociais, energia coletiva. Trata-se de permitir que cada pessoa, independentemente da idade, contexto ou condição física, possa descobrir na atividade física um lugar de liberdade, equilíbrio e bem-estar.

O futuro de Portugal pode ser mais saudável, mais feliz e mais ativo. Basta começar com um passo. E depois outro. E outro.

Mais crónicas do autor
25 de novembro de 2025 às 08:00

A saúde de uma nação

Cuidar da saúde começa por voltar a dar ao corpo aquilo para que ele foi feito: mover-se.

Mostrar mais crónicas

Humanidade em Obras

Invadiram uma escola na Nigéria sequestraram cerca de 300 alunos e professores. Na sede do Bloco de Esquerda, no site esquerda.pt, na espuma de Mariana Mortágua e na antiquíssima modelo Aparício, imperou o silêncio violento.