Sábado – Pense por si

Trump afirma que acordo para Faixa de Gaza está “muito perto”

Lusa 16:27
Capa da Sábado Edição 23 a 29 de setembro
Leia a revista
Em versão ePaper
Ler agora
Edição de 23 a 29 de setembro
As mais lidas

Hipotético pacto implicaria a libertação dos reféns israelitas ainda mantidos em cativeiro e "o fim da guerra".

O presidente norte-americano, Donald Trump, reiterou esta sexta-feira a proximidade de “um acordo” para Gaza, numa mensagem otimista contrastante com o , Benjamin Netanyahu, sem sinais de redução da pressão militar.

Donald Trump, presidente dos Estados Unidos
Donald Trump, presidente dos Estados Unidos

“Talvez tenhamos um acordo sobre Gaza, estamos muito perto”, afirmou Trump em declarações à comunicação social.

Este hipotético pacto, sobre o qual não forneceu quaisquer pormenores, implicaria a libertação dos reféns israelitas ainda mantidos em cativeiro pelo movimento islamita palestiniano Hamas na Faixa de Gaza e “o fim da guerra” de Israel no enclave, em curso desde outubro de 2023.

Praticamente ao mesmo tempo, Netanyahu afiançou, na Assembleia-Geral das Nações Unidas, em Nova Iorque, que continua determinado a “terminar a missão” de destruir o Hamas na Faixa de Gaza e a fazê-lo “rapidamente”.

Segundo o chefe do Governo de extrema-direita israelita, a guerra só acabaria imediatamente se o grupo palestiniano acedesse às exigências de Israel, entre as quais a libertação imediata dos reféns - cerca de 48 ainda mantidos no enclave, dos quais se acredita que 20 estejam vivos.

A guerra declarada a 07 de outubro de 2023 em Gaza para “erradicar” o Hamas - após o seu ataque a Israel fazer cerca de 1.200 mortos e 251 reféns - fez, até agora, pelo menos 65.549 mortos, na maioria civis, e 167.518 feridos, além de milhares de desaparecidos, presumivelmente soterrados nos escombros e também espalhados pelas ruas, e mais alguns milhares que morreram de doenças e infeções, segundo números atualizados das autoridades locais, que a ONU considera fidedignos.

Prosseguem também diariamente as mortes por fome, causadas por mais de dois meses de bloqueio de ajuda humanitária e pela posterior entrada a conta-gotas de alguns mantimentos, distribuídos em pontos considerados “seguros” pelo Exército, que regularmente abre fogo sobre civis famintos, tendo até agora matado 2.543 e ferido pelo menos 18.614.

Há muito que a ONU declarou o território em grave crise humanitária, com mais de 2,1 milhões de pessoas numa “situação de fome catastrófica” e “o mais elevado número de vítimas alguma vez registado” pela organização em estudos sobre segurança alimentar no mundo, mas a 22 de agosto emitiu uma declaração oficial do estado de fome na cidade de Gaza e arredores.

Já no final de 2024, uma comissão especial da ONU acusara Israel de genocídio em Gaza e de usar a fome como arma de guerra, situação também denunciada por países como a África do Sul junto do Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), e uma classificação igualmente utilizada por organizações internacionais de defesa dos direitos humanos.

Artigos Relacionados

Reconhecer Abismo

"From the River to the Sea", desde o rio até ao mar é tudo deles, resumidamente, a convulsão de delírio consiste em varrer com Israel, a única democracia da região, única.