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Teste nuclear da Coreia do Norte "é preocupante"

A Agência Internacional de Energia Atómica afirmou que o ensaio nuclear é "muito preocupante e lamentável". Obama e Hollande já reagiram

O novo ensaio nuclear levado a cabo pela Coreia do Norte, e já confirmado, é "muito preocupante e lamentável", afirma a Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA).

"Esta é uma violação flagrante de várias resoluções do Conselho de Segurança da ONU e um desrespeito total de repetidos pedidos da comunidade internacional. É um acto bastante preocupante e lamentável", disse Yukiya Amano, director da agência da ONU em comunicado.

"Insto vivamente a Coreia do Norte a aplicar totalmente todas as resoluções pertinentes do Conselho de Segurança da ONU e da AEIA", afirmou.

A Coreia do Norte assumiu ter levado a cabo o quinto ensaio nuclear, que classificou "com sucesso", informou a televisão oficial norte-coreana, no dia em qua o país celebra o 68.º aniversário da sua fundação. A confirmação do ensaio nuclear surge depois de Seul ter dito que este foi o teste mais potente alguma vez realizado por Pyongyang.

Um tremor de terra de cerca de 5 graus de magnitude foi detetado às 9h30 locais (1h30 em Lisboa), muito perto da base de testes nucleares de Punggye-ri, cenário de quatro ensaios nucleares anteriores, pelo serviço meteorológico sul-coreano, assim como pelo Centro Sismológico da Europa, Serviço Geológico dos Estados Unidos e agência meteorológica japonesa.

França, EUA, Japão e Coreia do Sul contra ensaio nuclear

François Hollande "condenou veementemente" o quinto ensaio nuclear realizado pelo regime norte-coreano e apelou ao Conselho de Segurança das Nações Unidas a responder a esta "violação das resoluções", informou a presidência francesa.

"A comunidade internacional deve unir-se face a esta nova provocação que ocorre depois de uma condenação unânime pelo Conselho de Segurança de testes balísticos efectuados pela Coreia do Norte na segunda-feira", acrescentou a presidência francesa, em comunicado. 

Já o Presidente norte-americano, Barack Obama, advertiu para as "graves consequências", chamando os líderes da Coreia do Sul e Japão para consultas, depois da actividade sísmica detectada perto do centro de testes nucleares norte-coreanos, informou hoje um porta-voz da Casa Branca. "O Presidente disse que iria continuar a consultar os nossos aliados e parceiros nos próximos dias para garantir que as acções provocadoras da Coreia do Norte são respondidas com consequências graves", afirmou Josh Earnest.

O primeiro-ministro nipónico, Shinzo Abe, considerou que o teste nuclear constitui uma "grave ameaça" para a segurança do arquipélago. "Não podemos aceitar, de maneira nenhuma, este teste, nem os 21 lançamentos de mísseis que (a Coreia do Norte) realizou este ano", explicou Abe, segundo um comunicado publicado pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros, no qual realçou que o teste é "uma grave ameaça para a segurança do Japão numa altura em que Pyongyang está a aumentar a sua capacidade e desenvolvimento de armas nucleares".

Por sua vez, a Presidente sul-coreana, Park Geun-Hye, qualificou de acto de "autodestruição" o quinto teste nuclear norte-coreano, uma "provocação" que vai isolar ainda mais o país.  "Com este teste nuclear, o regime de Kim Jong-Un apenas vai atrair mais sanções e isolamento. (...) Uma tal provocação vai acelerar ainda mais o caminho para a sua autodestruição", acrescentou.