"O balaço subiu para 84 com a descoberta de mais dez corpos no local do ataque", indicou o director-geral da Saúde da província de Zi Qar, Jassem al-Khalidi, à agência de notícias francesa AFP.
"Houve 93 feridos, incluindo muitos em estado grave", acrescentou.
O primeiro ataque, com fogo de armas automáticas, ocorreu num restaurante numa autoestrada, enquanto o segundo, um atentado à bomba com um carro armadilhado, visou um ponto de controlo de segurança na mesma autoestrada.
Esta via é regularmente usada por peregrinos e viajantes provenientes do vizinho Irão, que se dirigem para as cidades santas xiitas iraquianas de Najaf e Kerbala, mais a norte.
O duplo atentado, ocorrido perto da cidade de Nassíria, a 300 quilómetros a sul de Bagdade, foi o mais mortífero desde que, no início de Julho, as forças iraquianas retomaram Mossul, a segunda cidade do país, que se encontrava há três anos nas mãos dos extremistas.
O ministério do Interior iraquiano anunciou na noite de quinta-feira ter despedido o chefe dos serviços de inteligência da província de Zi Qar, e a abertura de um inquérito, designadamente à empresa de segurança que orientava os peregrinos para os autocarros atingidos pelas explosões.
O emissário da ONU no Iraque, Jan Kubis, "condenou nos mais fortes termos possíveis a cobardia do duplo atentado dos terroristas do EI".
O Iraque vive quase diariamente ataques reivindicados ou atribuídos ao EI, mas a província de Zi Qar tem sido relativamente poupada, havendo registo de poucos ataques com esta envergadura.
Depois da perda de Mossul, os 'jihadistas' do EI sofreram um novo revés ao serem forçados a abandonar um outro bastião, Tal Afar, no norte do país, no fim de Agosto, e perderam igualmente milhares de combatentes.
Restam-lhe agora apenas dois bastiões no Iraque: Hawija, 300 quilómetros a norte de Bagdad, e três localidades do deserto oriental fronteiriço com a Síria: Al-Qaïm, Rawa e Anna, onde se encontram, segundo um general iraquiano, "mais de 1.500 'jihadistas'".
As forças iraquianas, acompanhadas de unidades paramilitares, preparam-se para o assalto a estes últimos feudos do EI nos próximos dias e semanas.