A votação vai ser realizada a 10 de outubro e alguns diplomatas acusam a Rússia de estar a oferecer cereais e armas a países em troca dos seus votos.
Depois de ter sido expulsa do Conselho de Direitos Humanos da ONU no ano passado, pela invasão da Ucrânia, a Rússia quer voltar a integrar o organismo e reforçar a sua posição internacional.
REUTERS/Denis Balibouse
No próximo mês decorrem as eleições para mais um mandato de três anos e a BBC teve acesso ao documento elaborado pelos diplomatas russos para convencerem os outros estados e no qual prometem encontrar "soluções adequadas para as questões de direitos humanos".
Outro dos objetivos russos para esta eleição é impedir que o organismo se torne um "instrumento que serve as vontades políticas de um grupo de países", o que pode ser entendido como uma referência ao bloco ocidental, uma vez que é contra que esse grupo "puna governos não leais pela sua política externa independente".
O documento garante que a Rússia vai "promover princípios de cooperação e fortalecimento do diálogo construtivo e mutuamente respeitoso no Conselho, a fim de encontrar soluções adequadas para questões de direitos humanos".
Estas eleições ocorrem num momento em que a Rússia tenta recuperar alguma credibilidade internacional, especialmente junto dos países que lhe são mais próximos, enquanto continua a ser acusada e julgada por violações de direitos humanos e crimes de guerra na Ucrânia.
Esta semana chegou ao Conselho de Direitos Humanos um relatório da Comissão de Inquérito sobre a Ucrânia e no qual Erik Mose, presidente da comissão, defendeu que háprovas contínuas de crimes de guerra, tortura, violações e ataques a civis praticados pela Rússia em território ucraniano.
Além disso, os direitos humanos na Rússia também se "deterioraram significativamente" segundo outro relatório apresentado há duas semanas especialmente porque os críticos à invasão estão sujeitos a prisões arbitrárias, torturas e maus tratos.
O Conselho de Direitos Humanos da ONU tem sede em Genebra e conta com 47 membros, reeleitos a cada três anos. Nas eleições de 10 de outubro a Rússia compete com a Albânia e a Bulgária pelos dois lugares destinados aos países da Europa Central e Oriental.
A votação engloba todos os 193 membros da Assembleia-geral da ONU e alguns diplomatas já acusaram a Rússia de estar a fazer uma campanha bastante agressiva que incluiu a oferta de cereais e armas a países em troca dos seus votos, pelo que existe realmente a possibilidade de a Rússia voltar a ser escolhida para o conselho.
Em abril de 2022 a Rússia foi suspensa deste conselho com 93 votos a favor, 24 contra e 58 abstenções e culpou "os Estados Unidos e os seus aliados" por tal saída.
Umrelatório publicado este mêspela ONU Watch, a Fundação dos Direitos Humanos da ONU e o Centro Raoul Wallenberg concluiu que a Rússia não estava "qualificada" para fazer parte do conselho. O mesmo relatório defende ainda que "reeleger a Rússia para o conselho agora, quando a sua guerra contra a Ucrânia ainda está em curso, seria contraproducente para os direitos humanos e enviaria uma mensagem de que a ONU não leva a sério a responsabilização da Rússia pelos seus crimes na Ucrânia".
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