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Rússia quer lista de armas que não devem ser enviadas para a Ucrânia

Diogo Camilo
Diogo Camilo 02 de março de 2022 às 17:00
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Ministro dos Negócios Estrangeiros russo diz que Moscovo está "pronto" para uma segunda ronda de negociações e considerou "positivo" Zelensky ter pedido garantias de segurança. Mas deixou aviso de que uma terceira guerra mundial envolverá armas nucleares.

O ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Sergei Lavrov, indicou como prioridade de Moscovo para as negociações de paz com a Ucrânia o compromisso de que Kiev se comprometa à desmilitarização, sugerindo que deva existir uma lista específica de armas que não possas ser enviadas para a Ucrânia ou criadas em território ucraniano.

ean Gallup - Pool /Getty Images

"Tipos específicos de armamento devem ser identificados, nunca podendo serem enviados para a Ucrânia ou criados", disse Lavrov numa entrevista ao Al Jazeera. O governante russo diz que a Rússia reconheceu Volodymyr Zelensky como presidente da Ucrânia e considerou como um "passo positivo" o facto do chefe de Estado ucraniano ter pedido garantias de segurança em antevisão a uma segunda ronda de negociações.

"A nossa comitiva está pronta para uma segunda ronda a discutir passo com os representantes ucranianos", diz. 

Em entrevista, esta terça-feira, Zelensky disse que seria necessário que a Rússia terminasse os ataques em solo ucraniano para que os dois países se voltassem a reunir para discutir a paz. Na mesma entrevista, à Reuters e CNN, Zelensky pediu garantias de segurança à NATO, mas não à Rússia.

"Uma terceira guerra mundial seria nuclear e destrutiva"

Na mesma entrevista ao Al Jazeera, o ministro russo afirmou que o presidente norte-americano, Joe Biden, "tem experiência e sabe que não há alternativa às sanções, senão a guerra mundial".

Também esta quarta-feira, em declarações citadas pela agência noticiosa russa RIA, Lavrov deixou o aviso de que, a acontecer, uma terceira guerra mundial irá envolver armas nucleares e será destrutiva, um dia depois de alertar uma cimeira de desarmamento em Genebra de que a Ucrânia estava a obter armas nucleares.

Sem mostrar provas sobre a sua acusação, apenas disse: "A Ucrânia ainda tem tecnologia nuclear soviética e os meios para a entrega de tais armas", referindo o "real perigo" que a Rússia correria se a Ucrânia obtivesse tais armas.

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