Ministro da Defesa, Sergey Shoigú, avisa que confiança dos Estados Unidos na superioridade militar poderá impulsionar o país a tomar decisões irracionais e esse é o principal perigo que a Rússia e o resto do mundo enfrentam
A confiança dos EUA na sua superioridade militar poderá impulsionar o país a tomar decisões irracionais e esse é o principal perigo que a Rússia e o resto do mundo enfrentam, afirmou hoje o ministro da Defesa russo, Sergey Shoigú.
"Quando estás consciente da tua vulnerabilidade e estás interessado em manter o equilíbrio e a segurança de todos, isto obriga-te a usar a cabeça. Mas quando consideras, por inércia, que o equilíbrio de forças está a teu favor, podes tomar qualquer decisão, incluindo a mais irracional", disse.
Em declarações ao jornal russo Moskovski Komsomólets, o governante sublinhou que é aqui que reside a atual "principal ameaça e não apenas para a Rússia".
Isto agrava-se com a saída dos EUA dos principais acordos sobre armas nucleares, da defesa antimíssil e, mais recentemente, do tratado sobre mísseis de médio e longo alcance, o que torna a situação mais imprevisível, recordou.
O ministro russo recordou ainda que com o atual nível de informatização e automatização existe uma alta probabilidade de falhas nos sistemas de controle de armas pelo que o assunto de segurança informática adquire uma importância crescente.
O titular da pasta da Defesa indicou que os serviços de inteligência do Ocidente intercetam diariamente centenas de tentativas de 'hackear' (aceder de forma ilícita) os sistemas de comunicação das Forças Armadas da Rússia.
"O ocidente intromete-se em todos os assuntos do Exército e fá-lo sem cerimónias nem vergonhas. São centenas de tentativas diárias de entrar nas nossas redes de comunicações".
Sergey Shoigú denunciou ainda que "por ordens do estrangeiro" algumas pessoas procuraram informação sobre as famílias de membros das tropas especiais militares que morreram no cumprimento dos seus deveres e que o Ministério da Defesa e as Forças Armadas são objeto de constantes calúnias nos meios de imprensa.
"Ou supostamente atacámos um hospital, ou estamos a prepararmo-nos para atacar algum país", disse.
Na semana passada, o presidente dos EUA, Donald Trump, disse que tem "muitas opções", não excluindo o cenário de guerra, para responder ao Irão, a quem acusa de ser responsável pelos ataques a instalações petrolíferas na Arábia Saudita.
"Existem muitas opções. Existe a opção definitiva, mas também existem outras opções", disse Donald Trump, referindo-se à possibilidade de uma intervenção militar contra o Irão, uma solução que nos últimos dias o Presidente norte-americano tinha procurado excluir.
Os Estados Unidos afirmaram na terça-feira ter certezas de que o ataque contra as principais instalações petrolíferas da Arábia Saudita no sábado anterior fora responsabilidade do Irão, mas Donald Trump disse que não queria "entrar em guerra", embora admitisse uma resposta firme contra Teerão.
"Se tivermos de fazer alguma coisa [contra o Irão], faremos sem hesitação", disse Trump, em declarações aos jornalistas, em Los Angeles, na Califórnia, ladeado pelo seu recém-nomeado consultor de Segurança Nacional, Robert O’Brien.
O ministro dos Negócios Estrangeiros do Irão, Mohammad Javad Zarif, considera que, ao reforçar as sanções, Washington está a "atacar deliberadamente" os civis iranianos.
Os Estados Unidos introduziram sanções económicas contra o Irão em 2018 quando abandonaram o acordo, por considerarem que Teerão não está a respeitar o acordo nuclear assinado em 2015, com os membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU ( EUA, Reino Unido, Rússia, França, China) e União Europeia.
Rússia considera perigoso "excesso de confiança" dos EUA
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