Kamala Harris é o nome mais vezes referido como uma potencial substituta do presidente, mas as sondagens mostram que a pessoa com mais hipóteses de vencer a corrida seria Michelle Obama.
O pós-debate entre Joe Biden e Donald Trump ficou menos marcado por aquilo que se disse e mais por como se disse. Depois do debate, centenas de milhar de americanos colocaram em causa a capacidade de Joe Biden assumir a presidência caso vença as eleições de novembro. Por entre as dúvidas surgiu uma nova conversa: quem seria o candidato ideal para substituir o octogenário? O principal nome a ser referido em inúmeras conversas é o de Kamala Harris, a atual vice-presidente. Mas uma sondagem apurou que a pessoa com mais capacidade de vencer Biden seria Michelle Obama, apesar da antiga primeira-dama ter dito várias vezes que pretende nunca candidatar-se à presidência dos Estados Unidos.
De acordo com uma sondagem cujos inquéritos foram realizados a seguir ao debate entre Trump e Biden, num debate direto entre a atual vice-presidente e o ex-presidente, ambos os candidatos teriam uma percentagem semelhante, com Trump a conseguir 43% das intenções de voto e Harris 42%. A sondagem levada a cabo pela Ipsos dava assim um empate técnico entre os dois candidatos, apesar da ligeira vantagem de Trump. No caso do embate ser entre Biden e Trump, cada um dos quais teria 40% do voto popular.
Já a sondagem da CNN dava conta de um cenário em que Harris conseguiria 45% dos votos e Trump 47%. No caso de Biden continuar na corrida, conseguiria 43% dos votos e o candidato republicano 49%. Isto quer dizer que Harris conseguiria um melhor resultado contra Trump do que o atual presidente.
Confrontada com esta vaga de apoio popular que tem recebido e incentivos para que seja ela a candidatar-se à presidência, Kamala Harris afirmou: "Percebam isto, o Joe Biden é o nosso candidato. Vencemos o Trump uma vez e vamos voltar a fazê-lo".
A sondagem da CNN mostra que 75% dos americanos acredita que o partido Democrata tinha melhores hipóteses de vencer a corrida eleitoral com outro candidato que não Joe Biden. As últimas sondagens (de abril) mostram ainda que a taxa de apoio a Biden tem vindo a descer dentro do partido, tendo passado de 91% para 85%.
O nome mais referido a seguir ao de Kamala - pelo menos nas redes sociais - é o de Michelle Obama. A antiga primeira-dama afirmou já várias vezes que não tem interesse em entrar em qualquer corrida presidencial, mas o seu nome continua a ser avançado como uma boa substituta para Biden. Numa entrevista dada em 2023 a Oprah Winfrey, a mulher de Barack Obama afirmou: "Política é um ramo difícil e as pessoas que entram para esse mundo é como no casamento e ter filhos: é preciso mesmo querer. Tem de estar na nossa alma. Mas não está na minha".
No entanto, na sondagem da Ipsos, a antiga primeira-dama consegue um facto que mais ninguém conseguiu: uma vitória sobre Trump. Caso o embate fosse entre Michelle Obama e Donald Trump, o republicano conseguiria 39% enquanto a adversária ficaria nos 50%.
A governadora Gretchen Whitmer (do estado do Michigan) é outro nome avançado por alguns democratas. Nos últimos anos tem sido apontada como uma possível candidata democrata em 2028, mas depois do debate entre os dois candidatos atuais tem sido atirada para a linha da frente. A sondagem da Ipsos dava-lhe um resultado de 36% contra 41% de Trump, sendo que a CNN dava um resultado de 42% contra 47%, a favor do republicano.
Depois do debate de Biden, Whitmer emitiu um comunicado a apoiar Biden onde se podia ler: "Joe Biden está a concorrer para servir o povo americano. O Donald Trump está a concorrer para servir o próprio Donald Trump. A diferença entre a visão de Joe Biden para garantir que toda a gente na América tem uma hipótese justa e os planos perigosos e egoístas de Trump só vai ficar mais marcada com o avançar das eleições".
Outro nome forte que tem surgido como potencial boa alternativa para substituir Biden é o do governador da Califórnia, Gavin Newsom. De acordo com as sondagens, num frente-a-frente com Trump teria um resultado de 39% contra 42% (Ipsos) ou de 43% para 48% (CNN). Perde em ambas as sondagens, mas surge como um candidato forte, igualmente.
Newsom tem-se destacado pela forma como tem lutado pelos direitos das mulheres e pela imigração. Mas, tal como os outros nomes avançados, afastou a hipótese de Biden desistir. "Penso que não ajuda e é até desnecessário. Não viramos as costas a uma pessoa só por causa de uma ação menos bem conseguida. Que partido faria isso", questionou o governador.
Por fim, tem igualmente sido avançado o nome de Pete Buttigieg, o secretário de estado dos transportes da administração Biden, que em 2020 foi candidato contra Biden nas primárias democratas.
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