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Primeiro-ministro chinês afastado da liderança do Partido Comunista

Lusa 22 de outubro de 2022 às 12:45
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O secretário do partido no município de Xangai, o chefe do órgão consultivo do partido e o presidente da Assembleia Nacional Popular vão ser igualmente afastados.

REUTERS/Tingshu Wang

Li Keqiang, o primeiro-ministro da China e principal defensor das reformas económicas no país, está entre quatro dos sete membros do Comité Permanente do Politburo do Partido Comunista (PCC) que vão ser afastados.

O seu nome não constava na lista do novo Comité Central, uma espécie de parlamento do Partido Comunista Chinês com cerca de 200 membros.

A lista foi aprovada no sábado, durante a sessão de encerramento do 20.º Congresso do PCC, que durou uma semana e definiu a liderança e a agenda política do país para os próximos cinco anos.

Apenas membros do Comité Central podem servir no Comité Permanente do Politburo, a cúpula do poder na China.

Os outros três membros que foram afastados são o secretário do Partido Comunista no município de Xangai, Han Zheng, o chefe do órgão consultivo do Partido, Wang Yang, e Li Zhanshu, um antigo aliado de Xi e presidente da Assembleia Nacional Popular, o órgão máximo legislativo da China.

O PCC aprovou também uma emenda à sua carta magna que eleva o estatuto de Xi Jinping como líder indiscutível da China.

Xi emergiu durante a sua primeira década no poder como um dos líderes mais fortes na História moderna da China, quase comparável a Mao Zedong, o fundador da República Popular, que liderou o país entre 1949 e 1976.

Um terceiro mandato de Xi quebra um limite não oficial de dois mandatos, que foi instituído para tentar evitar os excessos do poder absoluto que marcaram o reinado de Mao.

O texto da emenda não foi divulgado imediatamente, mas, antes da sua aprovação, um locutor referiu os motivos por detrás da decisão, mencionando repetidamente Xi e os seus "feitos" na modernização das Forças Armadas e da economia e no reforço da autoridade do Partido.

Nos seus breves comentários finais, Xi apontou que a revisão "estabelece requisitos claros para manter e fortalecer a liderança geral do Partido".

No congresso anterior, em 2017, o PCC elevou já o estatuto de Xi ao consagrar as suas ideias – conhecidas como "Pensamento de Xi Jinping" – na sua carta magna.

A elevação do seu pensamento ideológico torna qualquer crítica às diretrizes de Xi num ataque direto ao Partido e sinaliza amplo apoio ao líder chinês entre a elite política do país, segundo observadores.

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