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Primeiro-ministro britânico defende BBC "forte e independente" mas quer erros corrigidos

Lusa 13:50
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Em causa polémica a envolver a estação pública do país e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

O primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, afirmou esta quarta-feira acreditar numa "BBC forte e independente", mas exigiu que a emissora pública britânica assuma a responsabilidade e corrija erros rapidamente.

Keir Starmer foi questionado sobre a polémica da estação britânica e Donald Trump
Keir Starmer foi questionado sobre a polémica da estação britânica e Donald Trump EPA

"Acredito numa BBC forte e independente. Alguns prefeririam que a BBC não existisse. Alguns deles estão sentados ali (numa referência a alguns membros da oposição). Eu não sou um deles", afirmou hoje durante o debate semanal na Câmara dos Comuns, no parlamento.

Segundo Starmer, "numa era de desinformação, o argumento a favor de um serviço noticioso britânico imparcial é mais forte do que nunca".

No entanto, vincou que "quando são cometidos erros, é necessário que eles ponham a casa em ordem", assuma a responsabilidade e "corrija os erros rapidamente".

O primeiro-ministro respondia ao líder dos Liberais Democratas, Ed Davey, que alegou que "uma grande instituição britânica está a ser atacada por um governo estrangeiro", acusando o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de "tentar destruir a nossa BBC".

Davey urgiu Starmer a dizer a Trump para abandonar uma anunciada ação judicial contra a BBC e pedir uma indemnização de mil milhões de dólares (860 milhões de euros), mas o chefe do Governo recusou intervir em questões internas da empresa.

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A BBC está envolta numa crise depois de o jornal britânico Daily Telegraph ter publicado na semana passada um relatório de um consultor externo com uma série de críticas.

Entre as questões identificadas estava um documentário emitido antes das eleições presidenciais norte-americanas, em novembro de 2024, no qual dois excertos separados do discurso foram unidos, criando a impressão de que Trump estava a incitar violência no dia do motim no Capitólio, em 2021.

Trump disse aos seus apoiantes que iria caminhar com eles até o Capitólio dos EUA para "lutar com unhas e dentes", embora no excerto omitido tivesse dito que caminharia com eles "para fazer ouvir as vossas vozes de forma pacífica e patriótica".

O diretor-geral da BBC, Tim Davie, e a diretora de informação, Deborah Turness, demitiram-se no domingo e o presidente do conselho de administração, Samir Shah, pediu desculpas na segunda-feira pelo "erro de julgamento".

Uma carta do advogado de Trump exigiu que as "declarações falsas, difamatórias, depreciativas e inflamatórias" feitas sobre Trump fossem imediatamente retiradas até sexta-feira ou avançará com uma ação judicial.