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Polícia fechou mais de metade das 2.300 assembleias de voto

30 de setembro de 2017 às 14:08
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A polícia regional da Catalunha receberam ordens para não usar a força na operação de fecho dos locais de votação.

O máximo representante do governo espanhol na Catalunha anunciou este sábado que a polícia já fechou e selou mais de metade das 2.315 assembleias de voto designadas para acolher o referendo pela independência considerado ilegal pela justiça espanhola.

Enric Millo, o delegado do Governo na Catalunha, informou que as autoridades policiais detectaram a presença de pais e alunos em 163 escolas. Os pais e alunos estavam a ocupar os locais, realizando actividades extra-curriculares, numa tentativa de manter os espaços abertos até ao dia da consulta.

A polícia regional da Catalunha, os Mossos d'Esquadra, receberam ordens para não usar a força na operação de fecho dos locais de votação, mas também uma indicação expressa de fecho de todos estes locais até às 6h de domingo (5h em Lisboa), três horas antes da hora prevista para o início da votação.

Millo disse que qualquer pessoa ainda nas escolas após as 6h da manhã de domingo deverá "ser retirada", em cumprimento com a ordem judicial do Tribunal Superior da Catalunha. No entanto, o delegado do governo espanhol disse que não estão a prever problemas de maior.

"Confio no bom-senso dos catalães e confio que as pessoas vão agir com prudência", disse Enric Millo, acrescentando que o governo espanhol está pronto para garantir a segurança, uma vez que um número significativo de pessoas são separadas nas ruas da Catalunha para expressar a sua posição política.

Por outro lado, Millo também reafirmou que a infraestrutura tecnológica para a votação e contagem de votos foi desmantelada, o que torna "absolutamente impossível" a realização do referendo.

O delegado do governo disse que agentes da Guardia Civil - com mandado judicial - realizaram buscas na sede da CTTI, o centro regional catalão com a tutela da tecnologia e das comunicações.

Millo disse que os agentes desactivaram software desenhado para gerir em rede as mais de 2.300 assembleias de voto , bem como para a divulgação de resultados e aplicações para votoonline.

O delegado do governo disse que, desta forma, fica afastada a possibilidade de se realizar "um referendo efectivo, com garantias legais e vinculativo na forma prometida pelo governo regional catalão".

Os responsáveis regionais da Catalunha garantiram que se realizará uma consulta popular pela independência na região no domingo, apesar de o Tribunal Constitucional espanhol ter considerado ilegal um referendo sobre esta matéria, nos termos propostos.