Papa "profundamente preocupado" com decisão de Trump sobre Jerusalém

O Papa está "profundamente" preocupado com a decisão do presidente dos EUA, Donald Trump, reconhecer Jerusalém como capital do estado de Israel. Na audiência pública semanal no Vaticano, o líder da Igreja Católica nunca proferiu a tomada de posição norte-americana, mas pediu todos saibam "respeitar o status quo da cidade, em conformidade com as respectivas Resoluções das Nações Unidas".

Relacionado

Presidente dos EUA vai reconhecer Jerusalém como capital de Israel

Erdogan avisa EUA: Jerusalém capital de Israel é "linha vermelha" para muçulmanos

Decisão de Trump "contraproducente e prematura" e Portugal não a acompanha

Trump está "muito comprometido" com o processo de paz

Intenção dos EUA destrói "todas as esperanças" de paz

Jerusalém: Marcelo não fala de Trump mas teme gestos "contraproducentes"

Papa prefere versão portuguesa do Pai Nosso

 "O meu pensamento vai agora para Jerusalém: a esse respeito, não posso calar a minha profunda preocupação com a situação que se criou nos últimos dias", disse Francisco, citado pela agência Ecclesia.

"Jerusalém é uma cidade única, sagrada para os judeus, os cristãos e os muçulmanos, que nela veneram os Lugares Santos das respetivas religiões, e tem uma vocação especial para a paz", defendeu, acrescentando que irá rezar para que esta identidade "seja preservada e reforçada" em benefício da Terra Santa, do Médio Oriente e de todo o mundo.

De acordo com responsáveis da administração norte-americana, que pediram o anonimato, Trump vai reconhecer Jerusalém como a capital de Israel, num anúncio marcado para as 18h00 (hora de Lisboa) - os EUA vão ser, caso se confirme esta decisão, o único país do mundo a reconhecer Jerusalém como a capital de Israel.

Israel considera a Cidade Santa a sua capital "eterna e reunificada", mas os palestinianos defendem pelo contrário que Jerusalém-leste deve ser a capital do Estado palestiniano ao qual aspiram, num dos principais diferendos que opõem as duas partes em conflito.

Os países com representação diplomática em Israel têm as embaixadas em Telavive, em conformidade com o princípio, consagrado em resoluções das Nações Unidas, de que o estatuto de Jerusalém deve ser definido em negociações entre israelitas e palestinianos.

Líderes da região, incluindo o presidente palestiniano, Mahmoud Abbas, o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, e o rei saudita, Salman, advertiram que a decisão dos EUA poderá desencadear um surto de violência.