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ONU diz que resultados das eleições da Venezuela não são credíveis

Leonor Riso , Lusa 14 de agosto de 2024 às 09:08
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Falta de resultados detalhados é algo "sem precedentes" nas eleições de hoje em dia, criticaram peritos. Governo venezuelano contesta conclusões.

Um painel de peritos em atos eleitorais da Organização das Nações Unidas (ONU) determinou que a Comissão Eleitoral da Venezuela não cumpriu as regras relativamente aos resultados das eleições de 28 de julho.

Considerou ainda que a falta de resultados detalhados é algo "sem precedentes" nas eleições de hoje em dia. As "medidas básicas de transparência e integridade" exigidas para "eleições credíveis" não foram respeitadas.

As conclusões foram publicadas esta terça-feira, mas remontam a 9 de agosto e surgem quando a oposição e Nicolás Maduro reivindicam vitória nas eleições. O presidente venezuelano não divulga os resultados detalhados, e a oposição liderada por Maria Corina Machado tem documentos retirados das máquinas de voto que comprovam a vitória do seu candidato Edmundo González.

Os protestos já levaram a pelo menos 2.400 detenções e à morte de 23 pessoas.

REUTERS/Leonardo Fernandez Viloria/File Photo

Após a divulgação feita pela ONU, o governo da Venezuela acusou os especialistas que estiveram no país a acompanhar as presidenciais de difundirem "uma série de mentiras" ao afirmar que faltou transparência na gestão dos resultados pelas autoridades eleitorais.

O painel de peritos violou "os termos de referência assinados com o Poder Eleitoral" ao publicar o relatório preliminar - ao contrário do que estava previsto - enquanto prepara uma versão final para o secretário-geral da ONU, António Guterres, que não será tornada pública, reagiu Caracas, em comunicado.

As autoridades venezuelanas disseram que o painel teve acesso a "todas as fases do processo", no qual o Presidente Nicolás Maduro foi o vencedor, como anunciado pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE).

"A opinião expressa no seu texto irresponsável não é mais do que um ato de propaganda que serve os interesses golpistas da ultradireita venezuelana, com quem interagiram constantemente antes, durante e depois das eleições", de acordo com a mesma nota.

"Esta investida contra a democracia, executada por falsos peritos eleitorais, também fracassará, e na Venezuela prevalecerá a justiça e o respeito pela vontade soberana do seu povo", acrescentou.

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