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Oito mulheres acusam realizador Ciro Guerra de assédio e abuso sexual

Reportagem com as denúncias incluiu os relatos detalhados das mulheres e de algumas pessoas que as acompanharam posteriormente, para além de várias trocas de mensagens com Guerra.

Oito mulheres denunciaram ter sido assediadas ou violentadas sexualmente, entre 2013 e 2019 em seis cidades diferentes, pelo realizador colombiano Ciro Guerra, multipremiado no circuito internacional de festivais, que nega as acusações.

A reportagem com as denúncias foi divulgada, na quarta-feira, pela publicação Volcánicas, com a inclusão dos relatos detalhados das mulheres e de algumas pessoas que as acompanharam posteriormente, para além de várias trocas de mensagens com Guerra.

"Os testemunhos seguem um padrão que inclui conversas incómodas de índole sexual, convites para o seu hotel ou apartamento, o uso da força para toques sexuais, beijos e, num caso, abusos sexuais, apesar de lhe ser dito 'não' de forma clara, direta e reiterada", pode ler-se na reportagem, que salienta que "Guerra usa o seu prestígio profissional para intimidar e estabelecer relações de poder abusivas face às agredidas".

O realizador de "O Abraço da Serpente", nomeado para o Óscar de melhor filme estrangeiro em 2016, classificou as "gravíssimas acusações" de "completamente falsas", negando ter cometido qualquer das ações das quais é acusado.

Ciro Guerra pediu que se espere pela atuação da justiça para que "revele a verdade neste caso".

Os relatos apresentam "diferentes níveis de gravidade" de assédio sexual e, num dos casos, uma situação de abuso sexual.

"As agressões ocorreram entre os anos de 2013 e 2019, em três cidades colombianas e três internacionais, durante eventos como o Festival de Cinema de Cannes, o Colombian Film Festival e o Festival Internacional de Cinema de Cartagena", acrescenta a reportagem, salientando que as oito mulheres não querem levar os respetivos casos aos tribunais para evitar "um processo de revitimização às mãos do sistema judicial".

Editorial

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