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Narges Mohammadi, laureada com Nobel da Paz em 2023, volta a ser detida no Irão

Apoiantes de Mohammadi dizem que a ativista foi detida durante um memorial. Estava em liberdade condicional.

“A Fundação Narges apela à libertação imediata e incondicional de todas as pessoas detidas que participavam numa cerimónia memorial para prestar homenagem e demonstrar solidariedade”, lê-se num comunicado citado pela Associated Press (AP) esta sexta-feira. Entre os detidos, estará Narges Mohammadi, ativista iraniana laureada com o Prémio Nobel da Paz em 2023.

Narges Mohammadi
Narges Mohammadi AP Photo/Vahid Salemi, File

Mohammadi participava numa cerimónia em Mashhad - localidade a 680 km de Teerão - em memória de Khosrow Alikordi, um advogado de direitos humanos que recentemente foi encontrado morto no seu escritório. Imagens publicadas pela fundação mostram a Nobel da Paz sem hijab, rodeada por uma multidão.

A ativista tem enfrentado várias penas de prisão desde 1998, e a sua mais recente condenação data de 2021, ano em que Mohammadi foi acusada de conspiração contra a segurança do Estado e propaganda contra o governo do Irão, tendo cumprido uma pena de 13 anos e nove meses. Mohammdi encontra-se em liberdade condicional desde dezembro de 2024, por motivos de saúde, na sequência de uma “lesão óssea que foi removida da sua perna em novembro”, revelou em fevereiro a Free Narges Coalition, necessitando de “sessões de fisioterapia para recuperação da cirurgia e cuidados cardíacos especializados”.

As autoridades iranianas ainda não comentaram a detenção da ativista de 53 anos.

Greve geral ou prova de vida sindical?

Estes movimentos, que enchem a boca com “direitos dos trabalhadores” e “luta contra a exploração”, nunca se lembram de mencionar que, nos regimes que idolatram, como Cuba e a Venezuela, fazer greve é tão permitido como fazer uma piada com o ditador de serviço.