O impacto da guerra em Gaza nos territórios palestinianos ocupados na Cisjordânia é bastante visível em cidades, como Belém, onde a maioria dos locais dependem de negócios ligados ao turismo e a taxa de desemprego na cidade aumentou de 14% para 64% durante a guerra.
Milhares de pessoas dirigiram-se à Praça da Manjedoura, em Belém, esta véspera de Natal reanimando o espírito natalício da cidade depois de dois anos em que quase não existiram celebrações devido ao impacto da guerra em Gaza.
A árvore de Natal tradicional, que esteve ausente durante a guerra entre Israel e o Hamas, reacendeu-se esta quarta-feira na cidade onde Jesus terá nascido, na presença de um desfile de centenas de escoteiros que tocaram músicas de Natal acompanhados de gaita de foles.
O cardeal Pierbattista Pizzaballa, principal líder católico da região, deu início às celebrações de Natal e pediu um “Natal cheio de luz”: “Após dois anos de trevas, precisamos de luz”, referiu Pierbattista Pizzaballa enquanto atravessava o muro da separação entre Jerusalém e Belém.
Ao chegar à Praça da Manjedoura o cardeal recordou a pequena comunidade cristã de Gaza, onde celebrou uma missa pré-Natal no domingo, que vive com o desejo de reconstrução: “Nós, todos juntos, decidimos ser a luz, e a luz de Belém é a luz do mundo”, referiu na praça onde também se encontravam muçulmanos reunidos.
Apesar do clima de festa, o impacto da guerra em Gaza nos territórios palestinianos ocupados na Cisjordânia é bastante visível, especialmente em cidades, como é o caso de Belém, onde a maioria dos locais dependem de negócios ligados ao turismo. Apesar de grande parte das pessoas presentes nas celebrações serem locais, alguns moradores referiram à Associated Press que já são visíveis alguns sinais de mudança, com o regresso de alguns visitantes internacionais.
Durante a guerra a taxa de desemprego na cidade aumentou de 14% para 64%, alertou o presidente da Câmara de Belém, Maher Nicola Canawati, no início deste mês. “As pessoas ainda têm medo de nos visitarem, mas se vierem vamos conseguir respirar um pouco, mesmo que seja com restrições”, considerou.
Georgette Jackaman, guia turística que está desempregada há mais de dois anos, considerou que esta véspera de Natal foi “um dia de esperança, o início do regresso à vida normal aqui”. “As pessoas estão desesperadas, mas depois de dois anos, todos querem comemorar”, considerou ainda. Georgette e o marido Michael Jackaman são descendentes de famílias cristãs naturais de Belém e esta é a primeira celebração que os seus dois filhos - de dois anos e dez meses - vão viver.
Apesar de o cessar-fogo em Gaza ter começado em outubro as tensões continuam elevadas na Cisjordânia, com ataques quase diários e com Israel a aprovar novos colonatos na região.
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