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Paris condena sanções dos EUA sobre europeus que regulamentam setor tecnológico

Os Estados Unidos aplicaram sanções contra cinco personalidades europeias empenhadas na regulamentação rigorosa do setor tecnológico, acusando-os de censura em detrimento dos interesses norte-americanos.

França condenou esta quarta-feira veementemente as sanções impostas pelos Estados Unidos a cinco figuras europeias empenhadas na regulamentação rigorosa do setor tecnológico e no combate às 'fake news', incluindo o ex-comissário europeu, o francês Thierry Breton.

 Jean-Noël Barrot, ministro dos Negócios Estrangeiros francês
Jean-Noël Barrot, ministro dos Negócios Estrangeiros francês AP Photo/Aurelien Morissard

"A França condena veementemente as restrições de vistos impostas pelos Estados Unidos a Thierry Breton, antigo ministro e comissário europeu, e a outras quatro figuras europeias", sublinhou o ministro dos Negócios Estrangeiros francês numa mensagem publicada na rede social X.

"Os povos da Europa são livres e soberanos e não podem ter as regras que regem o seu espaço digital impostas por outros", enfatizou Jean-Noël Barrot.

Os Estados Unidos aplicaram sanções contra cinco personalidades europeias empenhadas na regulamentação rigorosa do setor tecnológico, anunciou hoje o Departamento de Estado, que os acusou de censura em detrimento dos interesses norte-americanos.

O Departamento de Estado justificou as sanções sublinhando que as suas ações equivalem a censura em detrimento dos interesses norte-americanos.

"Durante demasiado tempo, os ideólogos na Europa lideraram esforços organizados para coagir as plataformas americanas a punir pontos de vista americanos a que se opõem. A administração Trump não tolerará mais estes atos flagrantes de censura extraterritorial", frisou o secretário de Estado, Marco Rubio, numa nota na rede social X.

O chefe da diplomacia norte-americana garantiu ainda que os EUA estão "prontos e dispostos a expandir esta lista se outros não mudarem de posição".

Thierry Breton desempenhou as funções de Comissário Europeu para o Mercado Interno de 2019 a 2024, com amplas responsabilidades, particularmente em assuntos digitais e industriais.

Entre os sancionados estão representantes de organizações não-governamentais (ONG) que combatem a desinformação 'online' e o discurso de ódio, entre os quais Imran Ahmed, Clare Melford, Anna-Lena von Hodenberg, fundadora da ONG alemã HateAid, e Josephine Ballon, também da mesma organização.

O presidente dos EUA, Donald Trump, está a liderar uma grande ofensiva contra as normas tecnológicas da União Europeia (UE) que impõem obrigações às plataformas, particularmente no que diz respeito à denúncia de conteúdos problemáticos, que os Estados Unidos consideram censura.

A UE possui a estrutura jurídica mais poderosa do mundo para regular as atividades digitais.