Ursula von der Leyen pediu que a Europa e África estabeleçam uma "nova associação estratégica" baseada "no desenvolvimento económico e humano, no comércio, no investimento e na gestão das migrações".
A primeira-ministra italiana recebeu este domingo o total apoio da presidente da Comissão Europeia relativamente ao objetivo de que a UE colabore com os países africanos para deter as redes de traficantes que promovem a imigração ilegal no Mediterrâneo.
REUTERS/Guglielmo Mangiapane
"Tornou-se um modelo de negócios lucrativo para o crime organizado. Comercializam sonhos e vidas humanas. Devemos acabar com este modelo de negócios cínico", disse a líder europeia durante um discurso em Roma, citada pela agência EFE.
A capital italiana sediou um encontro entre líderes e representantes de organismos multilaterais para promover a reforma da migração da líder de extrema-direita italiana, Giorgia Meloni.
A convocatória, anunciada sob o título "Conferência Internacional sobre Desenvolvimento e Migração", aproveitou a presença em Roma de numerosos responsáveis para a Cimeira das Nações Unidas sobre Sistemas Alimentares, que começa na próxima semana na sede da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO, na sigla em inglês).
"Estamos ligados pelo Mediterrâneo. Mas a cooperação entre o norte e o sul, o leste e o oeste do Mediterrâneo nem sempre foi a norma. Queremos mudar esta abordagem", assinalou a líder europeia.
A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, concordou com Meloni ao defender uma sinergia entre política migratória e projetos de desenvolvimento financiados pela União Europeia (EU): os países que recebem ajuda comprometem-se a reforçar as fronteiras e, por sua vez, o impulso económico nos países de origem impediria o êxodo de pessoas.
Nesse sentido, declarou que depois de "acabar" com a dependência da Rússia, a UE olha agora para África como o principal fornecedor de energia limpa: "Toda a região tem recursos naturais como sol, vento e imensas paisagens em abundância".
Por isso, pediu que a Europa e África estabeleçam uma "nova associação estratégica" baseada "no desenvolvimento económico e humano, no comércio, no investimento e na gestão das migrações".
Minutos antes, Meloni voltou a retórica contra a imigração para vinculá-la a projetos de desenvolvimento: "Muito se tem falado sobre o direito de emigrar, mas também devemos falar sobre o direito de não migrar, de não abandonar a própria casa e família".
A primeira-ministra italiana passou meses a promover um programa de investimentos italianos em África chamado "plano Mattei", do qual poucos detalhes são conhecidos, e continuou a fortalecer os laços com a Argélia e a Tunísia iniciados pelo seu antecessor Mario Draghi.
Por seu lado, Von der Leyen destacou o programa Global Gateway, o programa de investimentos de 300.000 milhões de euros com o qual a UE quer contrariar a influência da China nos países em desenvolvimento
Para poder adicionar esta notícia aos seus favoritos deverá efectuar login.
Caso não esteja registado no site da Sábado, efectue o seu registo gratuito.
Para poder votar newste inquérito deverá efectuar login.
Caso não esteja registado no site da Sábado, efectue o seu registo gratuito.
Ficaram por ali hora e meia a duas horas, comendo e bebendo, até os algemarem, encapuzarem e levarem de novo para as celas e a rotina dos interrogatórios e torturas.
Já muito se refletiu sobre a falta de incentivos para “os bons” irem para a política: as horas são longas, a responsabilidade é imensa, o escrutínio é severo e a remuneração está longe de compensar as dores de cabeça. O cenário é bem mais apelativo para os populistas e para os oportunistas, como está à vista de toda a gente.
Com a velocidade a que os acontecimentos se sucedem, a UE não pode continuar a adiar escolhas difíceis sobre o seu futuro. A hora dos pró-europeus é agora: ainda estão em maioria e 74% da população europeia acredita que a adesão dos seus países à UE os beneficiou.