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Londres diz que decisão da Rússia "é lamentável" mas esperada

"É lamentável, mas à luz do comportamento anterior da Rússia, já antecipávamos uma resposta", disse uma porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros britânico.

O Governo britânico considerou esta sexta-feira que a decisão da Rússia de equiparar o número de diplomatas britânicos em Moscovo ao número dos russos expulsos de Londres "é lamentável", mas já era um desenvolvimento esperado.

"É lamentável, mas à luz do comportamento anterior da Rússia, já antecipávamos uma resposta", comentou uma porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros britânico, citada pela AP.

"No entanto, isto não muda os fatos em causa: a tentativa de homicídio de duas pessoas em solo britânico, para a qual não há uma conclusão alternativa que não seja a de que a Rússia era culpada", acrescentou a porta-voz.

"A Rússia está em flagrante violação da lei internacional e da Convenção sobre Armas Químicas e as acções dos países em todo o mundo demonstraram a profundidade das preocupações internacionais", vincou a responsável.

A Rússia aumentou hoje o nível de retaliação às medidas anunciadas por Londres, equiparando o número de funcionários e diplomatas britânicos que têm de sair da Rússia no prazo de um mês, uma escalada na tensão que não tem paralelo mesmo no pico da Guerra Fria, segundo a AP.

Duas dezenas de países, incluindo os Estados Unidos e muitas nações europeias, e a NATO, ordenaram a saída de mais de 150 diplomatas russos esta semana, numa onda de solidariedade com os britânicos devido ao envenenamento de um antigo espião.

O Governo da Rússia está a chamar hoje ao Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE) os embaixadores dos países que anunciaram a expulsão de diplomatas russos, no seguimento do envenenamento do antigo espião russo Sergei Skripal e da sua filha Yulia.

De acordo com a AFP, os embaixadores de nove países europeus, entre os quais o Reino Unido, a França, a Alemanha, a Itália e a Polónia, foram chamados ao MNE russo.

Os embaixadores de outros países, como a Letónia, a Lituânia, a Eslováquia e a República Checa, já compareceram na reunião, constataram os repórteres da AFP.

"Em 30 de Março, os chefes das missões diplomáticas de vários países acreditados na Federação Russa, que tomaram acções não amigáveis contra a Rússia 'em solidariedade' com o Reino Unido no caso Skripal foram convocados ao Ministério dos Negócios Estrangeiros da Rússia", lê-se numa nota de imprensa colocada no site do MNE russo.

"Os embaixadores vão receber notas de protesto e serão informados sobre as medidas recíprocas", acrescenta o comunicado consultado pela Lusa.

A convocação dos embaixadores surge no mesmo dia em que o Kremlin garantiu que não foi a Rússia a iniciar uma guerra diplomática, na sequência da expulsão de dezenas de diplomatas russas devido ao caso do envenenamento do antigo espião russo.

O ex-espião duplo de origem russa Serguei Skripal, de 66 anos, e a sua filha Yulia, de 33 anos, foram encontrados inconscientes a 4 de Março em Salisbury, no sul de Inglaterra, após terem sido envenenados com um componente químico que ataca o sistema nervoso.

O Reino Unido atribuiu o envenenamento à Rússia, que tem desmentido todas as acusações e exigido provas concretas sobre esta alegação.

Em 14 de Março, Londres anunciou a expulsão de 23 diplomatas russos do território britânico e o congelamento das relações bilaterais, ao que Moscovo respondeu expulsando 23 diplomatas britânicos e suspendendo a actividade do British Council na Rússia.

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